terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O homem machão e eu.

Se existe um tipo de homem que admiro, é aquele homem machão. Por favor não me interpretem mal, não mudei minha preferência sexual.
A questão é que existem dois tipos de homem: o homem machão e o homem do século XXI.
O homem machão é aquele que não se atualizou com o tempo. Ele é autoritário e não chora nem por dor nem por amor. Ele jamais se apaixona - pelo menos não pode aparentar isso.
A mulher para ele não é um ser humano, é um depósito de esperma pronta a reproduzir. Ela se resume em cuidar e servir. Deve cuidar dos filhos, da cozinha, das roupas sujas, do chão, da casa em geral, e deve servir o marido. Servir mesmo. Servir a comida e servir como comida. De tão machista, o homem machão acha que come a mulher, quando na verdade é comido. O que mais me faz admirar este homem, não é essa sua brutalidade e sim como ele encara um final de relação. É lógico que ele também possui sentimentos e sofre com eles, afinal dizem que ele também é humano...mas... por ser machão ele jamais admite isso.
Acabou o relacionamento? Ele já está com outra mulher ( geralmente horrível), e se acaso a sua ex estiver com outro, ele vai lá e arrebenta a cara...do outro ( provavelmente um homem do novo milênio) que nem sabe porque apanha. Sua ex que naquele momento grita e esperneia dizendo "não faça isso", na verdade fica lisonjeada. Ela no fundo pensa: "como ele me ama."
Eu sou o contrário desse homem. Na verdade estou em processo de transformação. Tenho minhas raízes do homem machão mas minha racionalidade me fez rever os conceitos e me ensinou a respeitar as diferenças. Sou do milênio passado, mas vivo no novo milênio.
A maior diferença entre o homem machão e eu, é o diálogo. Enquanto ele manda, eu converso. Minha maior fortaleza é o diálogo, e, embora tenha sérias dificuldades de me apaixonar, me apaixono e choro quando necessito, igual a um homem do século XXI e uma bicha no milênio passado.
Sei que todas as mulheres que lerem este texto vão dizer que procuram um homem como eu, salvo as que forem sinceras. As sinceras sabem do que gostam e por motivos desconhecidos ela gostam de sofrer. Eu não sirvo para as mulheres em geral. Eu converso, me apaixono e não bato em ninguém, salvo nas mulheres que me solicitam um "carinho mais bruto" na hora do sexo.
No fim, acho que só tenho duas saídas: me tornar um machão ou encontrar uma super mulher....uma mulher do novo milênio.


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O desejo, o apego e o desapego.

Estou em fase de desapego. Isso mesmo desapego. O desapego funciona mais ou menos assim: Primeiro você deseja algo e vai em busca da realização. Daí, depois de realizar o desejo e se a experiência for satisfatória, legal, apaixonante, você se apega aquilo que num primeiro momento apenas desejava. Até aí tudo bem, afinal é interessante estar apaixonado, olhar no espelho e ver seus olhos brilharem ao mesmo tempo que enxerga sua cara de bobo por de trás dos olhos apaixonados. O grande problema assim não está no desejo, e sim, no apego. Afinal necessitamos desejar algo para viver. Uma vida sem desejo é uma vida sem sentido e é aí que as coisas começam a complicar, pois o tempo passa e leva junto nosso objeto de desejo. Nada é para sempre, e dentro disso, para não sofrermos demasiadamente com a perda, é necessário nos desapegarmos. Assim as coisas funcionam mais ou menos desse jeito: do desejo nasce o apego que inevitavelmente nos faz uma hora ou outra perder aquilo que gostamos de ter, nos levando assim ao inevitável sofrimento.
Não existe nada eterno, a não ser a história e a matéria. A história é o que fica depois que tudo passa; e a matéria é aquilo que se transforma e que se mantém, mesmo sem vida alguma. Em ambos os casos, o sofrimento pela perda se dá através da memória, da lembrança. Só sofremos porque lembramos, ou seja, quanto mais memória, mais apego ao passado e mais sofrimento no presente. Existem pessoas que são peritas em se desapegar. E considero elas geniais por isso. Morreu morreu, acabou acabou. É assim que encaram a existência é é realmente assim que devemos encara-la. Conseguir viver o presente, esquecer o passado e construir o futuro naturalmente é uma das tarefas mais árduas para o ser humano.
Enfim, estou nessa fase de desapego. Preciso me desapegar de um apego que veio do meu desejo de um dia ser feliz, sendo que agora sofro em ter de me desapegar. Incrível né? Para ser feliz não posso recordar que fui feliz, assim por mais contraditório que possa parecer, meu maior desejo é não lembrar que eu desejo. Eta vidinha.

Aos ofendidos.

Chegou até os meus ouvidos, que no “Programa da Paróquia”, do dia 17 de janeiro de 2009 na Rádio Ametista, que o padre Nelcir Chies, se pronunciou de forma ofensiva diante da minha pessoa. O motivo segundo aqueles que foram ouvintes do programa é que meu texto publicado no Jornal Ametista do mesmo dia, teria sido ofensivo. Não consegui escutar o que supostamente o padre falou, afinal deixei o tempo para solicitar a gravação expirar. Desta forma não sei nem “o que” e nem o “porque” o padre se referiu ao texto. Inclusive quero aproveitar, para pedir, que se alguém gravou o programa, que gentilmente cedesse a gravação para que a verdade fosse esclarecida.

Quem fez com certeza absoluta referência ao texto, porém respeitosamente não citando meu nome, foi o vereador Dirceu Fontana - PP. Disse ele, em suas considerações pessoais, na Sessão da Câmara do último dia 20 de janeiro, que o texto era "calunioso, injurioso e ofensivo a toda uma comunidade." O que me admira no pronunciamento do nobre vereador, é que ele não justificou suas palavras. Ele não fez, na câmara, a leitura do texto. Se tivesse feito e apontado “as calúnias, ofensas e injúrias” presentes nas minhas palavras, justificaria ele automaticamente seu discurso, além de possibilitar aos ouvintes que não leram o texto, tirarem as suas próprias conclusões.

Não deveria ter o trabalho de vir aqui justificar meu próprio texto, ele já está justificado. Porém, diante das afirmações do vereador e das supostas declarações do padre Nelcir, é uma obrigação minha vir aqui defende-lo. Para isso reli o texto e tentei encontrar as possíveis ofensas.

Acredito que possa ter ofendido algumas pessoas o fato de eu ter falado do meu espanto e da consequente decepção, ao relatar, que num Estado Laico – art 19. CF - ainda se faz uso do Pai-Nosso. Não tenho nada contra o Pai-Nosso, e respeito a religiosidade de cada um, mas a câmara é um local de racionalidade e não de fé. Se o objetivo da oração é começar a sessão em paz de espírito, proponho que seja feito “o minuto da reflexão”. Nesse minuto, cada um, na sua forma de orar, poderia se religar com aquilo que acha necessário.

Não acredito que possa ter ofendido os vereadores e toda uma comunidade o fato de eu ter comparado a primeira sessão com uma missa. Afinal, somente digo isso, depois de ter presenciado a apreciação do projeto de Lei nº 001/2009, onde os vereadores não discutiram a respeito. Eles não disseram “o porque” eram favoráveis ou contra o projeto, salvo o vereador Valdir Petkowicz - PTB, que em suas considerações pessoais, muito bem justificou a sua posição.Por sinal, é importante ressaltar, que a segunda sessão câmara nada se pareceu com um missa. Vários vereadores defenderam suas posições demonstrando grande interesse pelos assuntos da comunidade.

Provavelmente o que pode ter ofendido alguns foi o fato de dizer que "o povo não tem voz na casa do povo." Ora, apenas digo isso por dois motivos: o primeiro motivo se deve ao fato de não ter observado um debate sobre o projeto votado naquela noite e o segundo porque “esperava” que houvesse um momento para os cidadãos que estão ali prestigiando “ao vivo” a sessão se pronunciarem. Não tinha conhecimento - e aqui devo minhas desculpas - que o regimento interno da Câmara não possibilita isso, salvo mediante inscrição até às 12:00 horas de segunda-feira e posterior aprovação da Comissão Permanente de Pareceres.

Creio que devem ter sido essas as principais questões tratadas no texto e que podem terem ofendido algumas pessoas, e a essas, espero que agora, esteja claro que não foi essa a minha intenção. No entanto, antes de dar fim as minhas palavras, é importante frisar que em momento algum o texto é calunioso e injurioso. Nele existe uma impressão, uma percepção de algo visto e por mim analisado. Seria de muita importância inclusive, que todos fossem assistir as “Sessões na Câmara” e tirassem as próprias conclusões. A próxima será dia 03 de fevereiro. E aí vamos lá?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Procura-se

Admito. Mesmo quando o assunto é relacionamento, sempre fui um sonhador. Sempre idealizei e procurei, que minha mulher fosse uma beldade inteligente, alguém que fizesse a diferença física e psicológica, que fosse um prazer estar a todo momento ao seu lado. Confesso que já consegui isso algumas vezes.
Muitas vezes encontrei somente beleza, outras somente inteligência. Com as só beldades, tudo acabou com algums noites de sexo. Com as geniais, tudo acabou por eu não conseguir acordar de manhã e encontrar no físico da mulher intelectual qualquer semelhança com a sua maravilhosa intelectualidade. Na verdade sou bem chato para me apaixonar, mas quando me apaixono...sou mais chato ainda. Quando apaixonado viro um verdadeiro servo. Vivo a pensar na minha amada como se tudo estivesse a ponto de explodir, de acabar. A última vez que havia me relacionado com uma uma mulher perfeita, ou seja, com uma beldade inteligente, havia sido no início do milênio. Após o término com a bendita, que acredito ter ocorrido por excesso de posse de ambos os lados, nunca mais a perfeição havia batido a minha porta. Mas como disse, nunca mais "havia", pois novamente aquilo que eu já dava como impossível, veio a ocorrer. A perfeição, como chamo, veio novamente ao meu encontro. Meu entorpecimento por ela, como não podia deixar de ser, foi imediato.
"Minha nossa", pensei eu. Será que viverei tudo aquilo de novo? O sentimento, a vontade, o amor encobrindo minha madura racionalidade. Claro que não acreditei que aquilo estava acontecendo. Porém estava. Tudo muito perfeito.
Ela era extremamente linda e inteligente. Claro que como toda mulher linda, tinha seus defeitos. Se achava às vezes feia. Na verdade acredito que jamais se achou assim, sendo que isso só ocorria porque necessitava alimentar seu ego.
E assim me apaixonei novamente. Éramos extremamente compatíveis. Nossos beijos....aaaaaaaaa....nossos beijos...impossível descrevê-los, triste de lembrá-los. Nunca magoamos um ao outro. Os críticos dizem que foi porque ficamos pouco tempo juntos. Eu rebato dizendo que foram eles que não encontraram a mulher perfeita. Ela era perfeita. Só havia um probleminha entre nós. Na verdade não um probleminha e muito menos entre nós. Havia um problemão e era entre ela e sua família. Eles tinham resistência com a nossa relação. Os motivos eram dos mais variados, porém nunca foram verdadeiramente esclarecidos. Por fim, terminamos por isso: ela era bela, inteligente e perfeita...se não fosse a resistência.
Nos separamos pela resistência. Deixamos as lágrimas rolar por muito tempo antes do fim. Nem mesmo sei se houve o fim. Não acredito que algo pode acabar assim, por vontade externa e não própria.
Mas de agora em diante prometi parar de idealizar e de sonhar. As coisas vão mudar. Quero me apaixonar por uma mulher
feia, burra, velha e rica, que goste de ser maltratada e enganada. Feia para nunca mais sentir aquela insegurança habitual. Burra para eu poder dizer que a amo sem nunca ela notar que é uma grande mentira. E velha e rica para que eu possa garantir minha aposentadoria.
Assim, depois que essa maldita escrota morrer e eu garantir minha boa aposentadoria, posso ir atrás da minha beldade perfeita e com o dinheiro da outra, mas com ela, percorrer do Pólo Norte a Antartida...dando uma paradinha para vender milho na praia...não é lindo?
Abraço a todos e ótima semana.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O cri-cri.

Sou cri-cri. Sim sim sou mesmo. Sou chato, questionador, cri-cri como chamam. Não sei exatamente de onde vem essa minha "cri-criragem", mas desconfio que seja de família mesmo. Meus pais desde que me reconheço por gente, ou seja, que tive consciência de mim mesmo ou consciência de estar vivo, me ensinaram que não é porque "todo mundo" pensa assim, que devo ser assim. Provavelmente foi por ter esse princípio básico da dúvida diante das certezas socialmente impostas, que comecei a duvidar do capitalismo e da política em geral. Minha "cri-criragem" me fez perceber que tudo é um grande jogo, um circo montado para que alguns poucos explorem muitos e as coisas assim funcionem "harmonicamente".
Nunca esqueço o dia em que me foi apresentado o comunismo. Confesso que voltei para casa apavorado e confuso, afinal, aquele sistema que ouvia dizer pelos becos que comia criancinhas e tirava das pessoas as suas propriedades, na verdade era uma forma tão bela de existência, que de tão bela era impossível de ser vivida por seres tão horripilantes como nós. Foi por essas pequenas certezas, que me tornei um cri-cri de carteirinha.
Ser cri-cri não é ter opinião e sim ter ideia. É ter argumentos plausíveis para defender uma causa, enfim, é gratificante.
Porém também tem seus contras. Já tive meu nome louvado por centenas de pessoas ao defender um movimento político, como também já senti na pele o preconceito por ser tão questionador, complicador, ou seja, cri-cri.
O mais interessante ainda de ser cri-cri, é o fato de estar num constante aprendizado. A "cri-criragem" me ensinou a não afirmar, logo de cara que Deus não existe, ou que a política é suja. Ela me ensinou a perguntar de que Deus se está falando e de que política se irá falar.
Enfim, embora odiado por muitos exploradores que querem que as coisas fiquem como são, ser cri-cri é maravilhoso. Ser cri-cri é como pedestre no calçamento. É ter de andar na contra-mão para não ser atropelado por aqueles que tem como objetivo de vida o atropelamento.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Reforma Ortográfica

Sempre fui a favor da reforma ortográfica. Uma reforma que unificasse os "porquês", e fizessem do porque, apenas "pq". Que terminasse com o "h mudo" - nunca entendi a serventia de um mudo para a escrita e muito menos para a fala - , e que o "x" tivesse som somente de "x", logicamente abolindo o "ch".
Sou a favor de uma reforma que deixasse o "s" com som de "s" sem nunca ter o som de "z". Que extinguisse o cedilha e também o "c". Afinal para que serve o "c"? Temos o "k" que substitui o "ca-co-cu", e de novo o "s" que substitui o "ce-ci". Sem falar no "que" e no "qui" que também podem ser substituídos pelo "k". Tudo ficaria lógico e fácil.
E o hífen? Se a linguagem serve para nos comunicarmos e para nos entendermos, para que serve o hífen? Tem diferença no significado da palavra se escrever com ou sem hífen? Não muda nada.
Às vezes ouso pensar que mudam as regras com o intuito de que a "linguagem academicamante perfeita" seja mérito de poucos. Seja mérito somente dos dragões imortais da Academia Brasileira de Letras.
Em 2009 mudaram algumas regras que dizem ter como objetivo unificar os países que falam a língua portuguesa em torno de um só português, temos até 2010 para nos adaptarmos. O objetivo da reforma é interessante, lógico e necessário em tempos de globalização. Porém, nas mudanças ocorridas, a única que vai facilitar um pouco a vida da população em geral, é o fim da trema. "Lingüiça" agora é "linguiça", cinqüenta é cinquenta, e conseqüente é consequente. Na minha reforma, linguiça se tornaria linguisa, cinquenta seria sinkuenta e consequente seria konsekuente. Fácil e lógico não?



segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Já fui um presidiário.

Por anos desconfiei. Desconfiava...mas não tinha certeza. A arquitetura, aquela geometria quadrada unida aos olhares vindos daquela janelinha de cima que parecia tudo vigiar. A entrada obrigatória pelos fundos (na época a porta da frente era exclusividade de poucos), a sirene, o pátio. Sim, sempre tive a impressão que estava cumprindo pena num presídio de regime semi aberto. Salvo que ao invés de dormirmos no presídio, frequentávamos ele durante o dia. Não sei até hoje o que é pior. Porém todos diziam que eu estava na escola.
Sete horas quarenta e cinco minutos e lá estava eu, me apresentando com mais algumas centenas de outros detentos, quer dizer de alunos. De 45 em 45 minutos, nosso educador mudava de face, porém o semblante era sempre o mesmo.
"Silêncio" e "vocês são insuportáveis" eras as máximas da turma da carceragem. Quando não davam conta de todos, levavam os ditos "piores dos piores" à direção. Nos ameaçavam com o quartinho escuro, que nós comparávamos com aquelas solitárias que conhecíamos através dos filmes hollywoodianos.
Tentaram me enganar durante anos dizendo que aquilo era uma escola. Nunca engoli isso. O autoritarismo dos carcereiros, quer dizer dos professores, dizendo que nossa cela, quer dizer nossa sala era a pior, me fazia acreditar fielmente que éramos marginais vindos de famílias que não tinham nos dado uma boa educação. Nossa maior alegria eram as aulas de educação física, isso provavelmente porque ali tínhamos liberdade assistida. Ali podíamos descontar a raiva que tínhamos de estar ali, chutávamos o "couro de vaca costurado " que os "carcereiros mais legais" nos disponibilizavam, acreditando que fosse a cabeça de um carcereiro da matemática, do português ou daquelas aulas que não suportávamos. Enfim, merecíamos aquilo. Merecíamos ser reeducados.
Estar ali enfim era uma penúria. Não víamos a hora de soar o último sinal e ir para casa. Acho que com todos eram assim. Soava a última sirene e era aquela correria para fora do presídio, quer dizer, da escola. Fiquei anos cumprindo pena.
Saí de lá em 1996, e acho que a insistência foi tão grande em dizer que estava na escola que acreditei até semana passada que aquilo não era um presídio.
Isso provavelmente, porque de longe, quando diariamente estava para chegar e cumprir minha pena, via no horizonte alguns pinheiros que encobriam aquela fachada. Eles incoscientemente me despertavam a esperança. Semana passada cortaram os pinheiros e minha dúvida cessou. Realmente eram eles, que me faziam à distância, acreditar que estava na escola.
Agora tenho certeza...já fui um presidiário.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Meu primeiro dia na Câmara.

Terça-feira fui conhecer como funciona o trabalhos dos vereadores. Enfim, fui numa sessão da câmara. Confesso que a chegada foi decepcionante. Cheguei na hora em que nossos vereadores rezavam um Pai-Nosso, aguardei terminarem, enquanto me questionava baixinho se nosso Estado havia deixado de ser LAICO. Pensei em tirar a minha dúvida com os nobres edis - sim eles se chamam dessa forma..."edis". Porém para minha surpresa fui informado que isso é praxe na câmara. Tipo cultural assim...entendem? Deixei quieto, afinal não achei ser de bom senso complicar com eles na primeira sessão do ano.
Terminada a reza começou a missa. Sim, parece uma missa. Ninguém conversa, e o padre, no caso o presidente da casa, faz a leitura das formalidades. Achei que na casa do povo, como bons representantes, eles conversavam e argumentavam sobre os projetos. Achei errado. Tudo é lido e votado rapidamente, num piscar de olhos. Pensei que toda a pressa tivesse como motivo o fato de estarmos nos últimos capítulos de "A Favorita", mas parece que não. É assim mesmo.
Terminada a votação começam as considerações pessoais. Deu para notar no semblante de nossos vereadores que esse momento é o mais tenso para eles. Falar os atormenta. Porém todos falam. Alguns lêem, outros discursam. No fim, terminada as considerações, o presidente bate a campainha como o padre bate o sino, e a missa termina, quer dizer, a sessão é encerrada.
Saí meio decepcionado. Achei que na casa do povo davam espaço para o povo falar. Não queria falar. Na verdade queria, mas não ia. Enfim, querendo ou não, o povo não tem voz na casa do povo.
Apesar disso, mesmo sem voz, gostei de estar presente. A próxima sessão é dia 20 de janeiro e aconselho a todos a irem dar uma espiadinha. Eu estarei lá...logo depois do Pai Nosso inicial.

Obs: Para conferir o trabalho dos vereadores na câmara acesse: www.mcqv.blogspot.com


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Famosos.

Admito. Meu sonho é ficar famoso. Ser reconhecido nacio-internacionalmente. Não quero ser apenas famoso no bairro, na cidade, na região. Quero ser top de linha. Quero estar nos sites mais badalados e principalmente naqueles programas da tarde, que na verdade são uma cópia do que acontece em qualquer instituto de beleza mais próximo de sua casa.
Existem várias formas de ficar famoso, ainda mais se nos contentarmos em sermos pequenas celebridades. Tenho um amigo que faz de tudo para estar na boca do povo. Quando não toma atitude alguma para chamar a atenção, faz questão de inventar algo sobre si mesmo e pede para sua irmã contar para a amiga, que conta para a mãe, que conta para a vizinha...que é manicure. Pronto. Segundo ele, é fama garantida. Seu sonho é casar com uma manicure.
Tenho outro amigo que além de ficar famoso, quer também entrar para a história. Diz ele que tem um objetivo: ser lembrado eternamente. Como é feio e não tem a inteligência que o sistema requer, disse que se nada conseguir para atingir a fama, vai sequestar e matar a Sasha no horário do último capítulo da novela das oito, mais precisamente no último bloco. Porém dará exclusividade a Record (que acompanhará tudo ao vivo), acabando com a audiência da plin-plin. Será histórico. Acabará morto pelo batalhão da tropa de choque, mas ficará na história como o único homem capaz de derrubar a Globo em horário nobre. A sim! Também será lembrado em ter assassinado a filha da rainha dos baixinhos...e dos altinhos claro.
Porém não quero ser famoso desse jeito. Nem quero casar com uma manicure para ser o top do bairro. Quero ser famoso fazendo algo pela humanidade.
Confesso que já pensei em matar os grandes responsáveis pelos males sociais. Já pensei em matar o Papa, o Bush, o Roberto Marinho. A vida levou o Marinho, o Obama derrubou o Bush e só me sobrou o Papa. Ninguém iria me incriminar em matar o Papa. Ninguém em sã consciência claro. Porém, para me prevenir das grades e poder curtir minha fama, não vou matá-lo. Apenas vou faze-lo contar a verdade sobre Deus, o dízimo e sobre a exploração da igreja...em horário nobre claro. Venderemos o Estado do Vaticano, todo seu patrimônio, e acabaremos com a fome no mundo. Vai ser histórico.