terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Fui convencido.

Fui convencido. O David, o Coimbra lá do Zero Hora e do Pretinho Básico me convenceu. O Juremir, do Correio do Povo, já havia me dado uns toques. Meus colegas também diziam que eu deveria rever meus conceitos. Meus professores me acharam louco quando disse que tinha aversão. Até meus amigos não acreditaram em mim quando lhes contei que não tinha o hábito. Apesar disso, tanto o Juremir, como meus colegas, amigos e professores não tinham obtido êxito com seus argumentos. Porém o David conseguiu.

E conseguiu facilmente, sem muita encheção de saco. Foi simples e direto: disse que antes de ficar na frente da TV, trocando de canal durante uma hora sem assistir um programa por inteiro, preferia ler 20 páginas de um livro. É bem mais produtivo disse ele.

Não precisei de muita reflexão para concordar. Pensei no tempo que ficava trocando de canal, e corri à biblioteca retirar meu primeiro livro. Encontrei "O Estrangeiro" de Albert Camus, livro que tanto meu colega Mafissoni, como o Juremir já haviam me falado muito bem.

O pior, é que é bom mesmo. Li ele em dois dias e fiquei com gosto de quero mais. Claro que não estou lendo como o Coimbra, que diz devorar três livros quase que simultaneamente, nem como o Mafissoni, que já leu o "Ser e o Nada" do Sartre duas vezes, mas estou disponibilizando uma hora do meu dia a leitura. Já li dois livros sem muito esforço e estou na metade do terceiro, um verdadeiro recorde pra mim.

Minha ideia sobre a necessidade da leitura para o exercício da filosofia continua inabalável, mas tenho de admitir que ler nem é tão ruim assim. É legal, às vezes até meio psicodélico. Vira e mexe me vejo envolvido num mundo completamente distinto do meu, louco para ver o que vai se passar na próxima esquina descrita na próxima página.

Ler ainda não é um dos meus passatempos favoritos, mas antes de assistir a novela das seis, das sete e das oito, prefiro viajar por uma hora nas linhas de Camus, Sartre e Kafka. Paulo Coelho? Humm...não sei não, acho melhor trocar de canal. Que tal a TV ESCOLA?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nunca case com uma gorda


Segundo a polícia dos EUA, o crime ocorreu em agosto passado.

Foto: Reprodução

Durante a briga, Mia sentou em cima de Mikal e acabou matando-o involuntariamente. O casal morava junto e tinha três filhos.


Mia recebeu uma sentença de três anos de liberdade condicional e 100 dias de serviço comunitário. Ela saiu da prisão imediatamente depois do julgamento, na quarta-feira (20).

Seu advogado argumentou que ela havia sido vítima de abuso doméstico durante um bom tempo. Ele pediu clemência à corte e lembrou que a acusada não tinha antecedentes criminais.

Ela disse que não teve intenção de cometer o crime. Mia disse que sentia por ter esmagado o pai de seus filhos.

"Eu só queria dizer que eu sinceramente sinto muito por esta situação", disse à TV local. "Eu queria poder trazê-lo de volta."

Uma irmã da vítima reclamou da sentença. "Você basicamente senta em cima de alguém e mata e fica em liberdade condicional? Isso é justiça?", argumentou.


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1458703-5602,00-AMERICANA+DE+KG+MATA+NAMORADO+DE+KG+AO+SENTAR+EM+CIMA+DELE+EM+BRIGA.html

Um cara de azar

Sou um cara de azar. Às vezes tenho sorte claro. Tenho sorte quando não tenho tanto azar.

Dias atrás atingi o ápice da minha existência como blogueiro: tive um texto meu, lido para todo o estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Mandei o texto despretenciosamente ao Pretinho Básico da Atlântida (aquele programa que mistura humor, verdade, e muita babaquice), na esperança que lêssem meu texto no programa das 18 horas.

É óbvio que como ótimo pessimista que sou, não acreditava que meu e - mail fosse lido nem nos bastidores do programa. Porém, para meu espanto, eles leram. Sim, acreditem. Leram nos bastidores, e mais que isso, leram ao vivo. Querem mais? Eles leram e gostaram; gabaram meu escrito; brincaram dizendo que eu poderia produzir e fazer parte do grupo. Claro que isso era apenas mais uma azaração como tantas outras que aqueles seis rapazes fazem diariamente. Mas me senti orgulhoso. Fiquei feliz. Famoso por alguns instantes. Quando saí às ruas naquele dia, senti que as pessoas me olhavam diferente. Algumas cochichavam, outras mais ousadas me apontavam. As mais extrovertidas diziam: "feliz ano do abraço". Eu apenas sorria. Até parecia que minha vida azarada, até que enfim havia sido extirpada do meu ser. Mas como disse, quando tenho sorte é porque tenho pouco azar.

Tive sorte em ter meu e-mail lido, mas tive o azar de não tê-lo escutado. Eles o leram às 13 e não às 18 horas como eu havia pedido. Tive sorte em eles terem inclusive, feito um merchandising do meu Blog, mas tive o azar deles não terem conseguido dar o endereço corretamente. Enfim, tive a sorte de ter ficado por um minuto no mais alto degrau da fama no sul do Brasil, mas tive o azar de estar cestiando naquele momento. Querem mais azar que isso? Fui acordado. Meus amigos me ligaram orgulhosos de mim. Nada contra me acordarem, já estava na hora mesmo. Porém, me acordaram quando eu sonhava que fazia uma orgia: eu, a Gisele e a Cicareli. Fui interrompido quando realizava a verdadeira Santíssima Trindade (eu como base da pirâmide e elas como duas lésbicas em cima de mim sabem?). Santo Deus. Definitivamente sou um cara de azar.




terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Ano do Abraço.

Vocês já ouviram falar no ano do abraço? Provavelmente não. Ele não existe oficialmente, mas foi estabelecido para que diversão e seriedade se confundam e se fundam numa coisa só. A prática é antiga. Alienar para governar, ou se preferirem: a velha política do “pão e circo”. Se dá comida e diversão para manter a alienação. Viram? Chegou até a rimar.


Festejado inconscientemente por nós desde 1994, o ano do abraço é caracterizado pelo ano em que futebol e política atingem seus ápices: o futebol com a Copa do Mundo e a política com as Eleições Presidenciais.


Inclusive temos uma curiosidade interessante em torno dessa “coincidência política futebolística”. Vejam só: em 1994, elegemos um novo presidente e ganhamos o tetra. Já em 2002, também tivemos de colocar uma cara nova no Palácio do Planalto, e fomos penta. Obrigados a eleger esse ano uma nova figurinha para ocupar a principal cadeira do Poder Executivo, não tenho dúvida alguma: seremos hexa.


Porém o que mais importa não são as conquistas no futebol, e muito menos a nova cara escolhida para administrar o país, afinal como sabemos, não interessa o vencedor, nada mudará muito em nossas vidas. Na política independente do vencedor, o PMDB continuará governando. Já no futebol, tanto faz ganhar Brasil ou Coréia do Norte, no fim nada muda, salvo para os habitantes que fazem divisa com a Argentina, que poderão "tirar pêlo" dos portenhos. No mais tudo continua igual. O que importa é que esse ano é o ano do abraço, e podem acreditar, nos abraçaremos muito.


Nos abraçaremos a cada jogo da seleção e a cada visita política; nos abraçaremos com fé toda vez que o Galvão disser: “agora vai”, e correremos para abraçar com orgulho, aquele candidato que depois de ter sumido por quatro anos reaparecerá. No ano do abraço somos patriotas e humanos. Tudo por culpa do futebol e da política.


Claro que ano que vem será mais um ano de indignação e escândalos, mas isso é só ano que vem. Esse ano é o ano do abraço, e o negócio é se abraçar. Viva a alienação e um abraço a todos .


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Significativas mudanças.

Estou em transformação. Tudo bem, sei que todos estamos em constante mutação, que a única constante é a mudança, que nada se perde nada se cria...e patati patata.

O que diferencia minha mudança atual das outras corriqueiramente ocorridas, é o fato delas serem significativas, radicais e perceptíveis. Eu as sinto desde o acordar até o adormecer.

Se tais mudanças serão para melhor ou para pior, isso só o tempo vai dizer. Porém de uma coisa tenho certeza: mudei.

Olhem só: depois de quase 27 anos larguei ou estou largando meu maior vício. Parei de roer unhas. Acreditem. Já fazem quatro dias que não meto os dedos na boca e as unhas entre os dentes. Tudo por uma boa causa, diretamente ligada a minha outra mudança existencial.

Parei de roer unhas porque estou amando. Amando nos dois sentidos sabem? Encontrei alguém especial que habitualmente posso dizer que amo (não, continuo sem acreditar no amor eterno), e estou "a mando" dela. Estou namorando entendem, ou em duelo como diz Nietzsche.

Foi ela que pediu encarecidamente para eu parar de roer unhas. Disse para eu experimentar, que não era difícil, que não me arrependeria, que era feio ficar com os dedos cabeçudos na boca. Me chamou de escravo, servo dos polegares, indicadores, dedos médios e minguinhos. Ela pediu, mandou, tentou me convencer racionalmente, e quando estava quase desistindo, fez o que nenhuma mulher pode fazer.

Nenhuma mulher pode desafiar um homem. Ainda mais se esse homem estiver em estado irracional, vulnerável aos sentimentos da carne, ou em outras palavras, apaixonado. Um homem apaixonado e desafiado é pior que um pitbull não vacinado. Ele não aceita provocações. E ela me provocou.

Foi provavelmente, o maior erro de sua existência. Ao dizer que só ficaria comigo se eu tivesse unhas ao invés de dedos cabeçudos; ao afirmar que preferia ser arranhada ao invés de "dedada"; ao acreditar que seria uma grande coisa desafiar minha história de roedor em nome do amor; ao fazer tudo isso, ela mesma sentenciou-se: vai ter de viver comigo.

Como disse, passo por mudanças...significativas mudanças.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Feliz Preocupação.

Estou feliz, impressionado e preocupado. Feliz e impressionado em saber que a cada dia um número maior de pessoas lêem meus textos, tanto aqui quanto no jornal. Isso, além de uma sensação agradável de reconhecimento, e aqui cabe ressaltar, um reconhecimento que independe de ser bom ou ruim, me leva a uma inevitável pergunta: porque as pessoas me lêem? Seria pelo leve toque de ironia que meus textos possuem? Ou seria pelo meu engajamamento político com o MCQV? Seriam pelos panfletos, que por um instante despertaram no cidadão um pequeno mas grandioso momento de reflexão sobre a verdadeira política? Ou o motivo seria religioso e estaria vinculado aquele pronunciamento lamentável na rádio local do nosso querido Padre Nelcir? (depois da publicação no Jornal Ametista, do texto “Meu Primeiro Dia na Câmara”. J.A 17/01/2009). E se assim fosse? Devo então o reconhecimento e meus leitores ao padre? Deveria eu começar a acreditar em milagres? Ou então que Deus realmente escreve por linhas tortas?


Diante de todas essas questões que de nada concluo, de uma coisa tenho certeza: é o rádio e o jornal que mexem com o povo em geral. Chegou até a rimar viram? Eu adoro o blog, foi aqui que tudo começou e que tudo vai terminar, mas é no rádio e no jornal que a polêmica se instaura. É ali que se atinge a massa.


A internet embora atualizada constantemente ainda atinge poucas pessoas. Na internet as pessoas têm de procurar a notícia, enquanto no rádio e no jornal, a notícia vai até as pessoas. E aí está minha preocupação.


Escrevendo para o jornal, me preocupa o fato de pensar em ter de poupar palavras, ou em outras palavras, pensar duas vezes antes de escrever. Isso por saber que o jornal passa de mão em mão, fica no balcão da farmácia ou junto com as renomadas revistas na espera do dentista ou do cabeleireiro. É lógico que é ótimo estar ciente disso, mas ao mesmo tempo isso aumenta a responsabilidade e a preocupação sobre meus escritos. É angustiante escrever preso, poupando, pensando nos “quatro” poderes, e numa possível polêmica envolvendo seu nome. Como também é preocupante pensar, que dependendo do que está escrito e sobre o que está sendo escrito, as pessoas podem te amar, mas que também, por outro lado, podem alimentar o ódio por você. São os ossos do ofício.


Enfim, independente do amor ou do ódio, do elogio ou da crítica sem fundamento, nada paga o fato de saber que as pessoas gastam seu tempo, e dão um tempo naquilo que estão fazendo para ler minhas tortuosas linhas.


Obrigado a todos vocês e ótima quinta-feira.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O Mistério do Ponto G

Homens de todo planeta, um minuto de atenção por favor. Essa notícia interessa a todos vocês.

Da mesma forma que Rousseau afirmava ainda no século XVIII, que o amor conjugal nada mais foi que uma mera invenção feminina para as mesmas sairem de seu estado natural de servidão, agora, cientistas ingleses afirmam que o ponto G, aquele procurado por milhares de homens durante anos e jamais encontrado por algum, não passa de um mito. Tudo bem, sei que a ciência pode mudar amanhã, mas sempre desconfiei que o prazer feminino estivesse mais ligado ao psicológico que ao físico. O estudo foi realizado na Inglaterra com 1804 mulheres. Lógico, que os dados coletados já causam controvérsias. De qualquer forma, a notícia está aí.


Ponto G "não existe", dizem cientistas britânicos.

Um estudo do King's College, de Londres, concluiu que o chamado ponto G – uma suposta zona erógena que, quando estimulada, provocaria elevados níveis de excitação sexual e orgasmos – pode não existir.

Depois de analisar 1.804 mulheres, o estudo não encontrou provas da existência do ponto G, supostamente um aglomerado de terminações nervosas localizado próximo ao clitóris, descrito pela primeira vez pelo cientista alemão Ernst Gräfenberg em 1950.

Os cientistas acreditam que o ponto G pode ser fruto da imaginação de mulheres, estimulada por revistas e terapias sexuais.

A pesquisa foi feita com base nas repostas dadas por mulheres, de idades de 23 a 83 anos, a um questionário. Todas elas eram gêmeas idênticas ou não idênticas – as gêmeas idênticas têm, exatamente, a mesma configuração genética, enquanto as não idênticas têm 50% dos genes em comum.

Das 56% mulheres entrevistadas que declararam ter o ponto G, a maioria era mais jovem e sexualmente mais ativa do que a média. As gêmeas idênticas demonstraram maior tendência a ter uma resposta afirmativa do que as não-idênticas.

Mas os pesquisadores esperavam que, no caso de uma das mulheres relatar ter o ponto G, a probabilidade de sua irmã ter a mesma resposta seria mais alta, mas a tendência não foi observada, sugerindo que o Ponto G pode ser apenas um mito.

“Esse é de longe o maior estudo já realizado sobre o assunto e mostra, de forma conclusiva, que a ideia do ponto G é subjetiva", afirma Tim Spector, professor de epidemiologia genética e co-autor do estudo.

Andrea Burri, que liderou a pesquisa, disse que o resultado pode ajudar mulheres e homens que sofrem por se sentir inadequados por não encontrar a procurada zona erógena.

“Chega a ser irresponsável afirmar a existência de uma entidade que nunca foi comprovada e pressionar mulheres – e homens também”, disse ela.

Mas o estudo foi considerado "falho" por outra autoridade no assunto, a sexóloga Beverley Whipple, que ajudou a popularizar o conceito do ponto G nos anos 70 graças a varios livros e a uma pesquisa tida como pioneira.

Para Whipple, o “o maior problema com essas conclusões é que gêmeas, normalmente, não têm o mesmo parceiro sexual” estudo britânico não levou em consideração a opinião lésbicas e bissexuais ao analisar os efeitos de diferentes técnicas sexuais.

Os resultados do estudo devem ser publicados nesta semana na revista especializada The Journal of Sexual Medicine.

Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/01/100104_pontog_ba.shtml

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Eu gosto do Natal.

Gosto do Natal. Não, não sou cristão, não gosto da celebração do nascimento do Salvador que nada salvou, e muito menos comemoro o parto do Filho do Homem que nunca existiu. Inclusive como sabemos, o Natal na verdade era uma festa pagã em comemoração ao Solstício de Inverno, que no entanto foi incutida ao calendário cristão, para obviamente lucrar e evitar conflitos com a festa popular já estabelecida. Coisas da Igreja sabem? Onde tem dindin "eles" estão lá. É incrível como são obsecados por dinheiro.

Mas como dizia, gosto do Natal. E gosto do Natal, porque é ali que as pessoas lembram em geral uma das outras. É no Natal que elas se presenteiam, se abraçam e desejam felicidades ao próximo. É ali, que por um momento, mesmo que breve, as pessoas se sentem vivas, felizes por existireme fazerem parte do mundo.

Neste Natal, presenteei todo mundo lá em casa, e vivi uma cena comovente. Ao presentear minha irmã, recebi em troca um caloroso e sincero abraço, daqueles que a existência, por motivos desconhecidos, parece constantemente frear-nos de dar ou de receber no dia a dia. A existência é fria, calculista, racional, sem espaço para abraços, beijos e palavras verdadeiras. Sempre digo que não fizemos ideia de quantas pessoas amamos, e que na maioria das vezes apenas percebemos isso com a proximidade da morte. É um paradoxo cruel, mas parece que para valorizarmos precisamos estar na iminência de perdermos.

É por isso que gosto do Natal, ele serve para isso. Serve para não precisarmos do paradoxo; serve para abraçarmos e dizermos as pessoas que amamos o quanto queremos seu bem, e isso sem elas estarem prestes a morrer.

O Natal é uma invenção humana, tão idiota quanto nós humanos, mas que tem a importante tarefa, de ao menos uma vez ao ano, nos aproximarmos uns dos outros. Sou um existencialista, e sinceramente, prefiro o Natal do que a morte ou a Páscoa, que convenhamos, cheira defunto.