quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O que você está sentindo?

Vocês já perceberam que no nosso dia a dia, disfarçamos nos preocupar com os outros com a típica pergunta: Tudo bem? Como vai? e perguntas do gênero?
Essas perguntas são feitas de uma forma geral a todo mundo que encontramos, e todos ou quase todos, embora não bem nos respondem: tudo bem, tudo jóia, tudo tranquilo...e assim por diante. É difícil de alguém dizer: estou mal, péssimo. Será que realmente todos estamos bem? Ou seria o contrário?
Na verdade existe em ambos um disfarce. Quem pergunta não está interessado em saber se o outro está bem ou mal, e quem responde, também não está interessado em responder a verdade. Experimentem, após o "tudo bem" respondido, seguir com a seguinte pergunta: e porque está bem? Com certeza ele ficará sem saber responder. Uma provável resposta é "porque sim", e o diálogo termina logo ali.
E porque isso acontece? Porque será que não queremos nem ouvir, nem falar dos problemas de nossas vidas?
Será um problema de confiança no próximo? Ou é porque não conseguimos mais parar para dialogar?
Será pelo fato de não conseguirmos mais viver o presente? Ou é porque permanecemos permanentemente olhando para o futuro, futuro promissor que nunca chega?
Será porque somos "parafusinhos ordenados", cumprindo um planejamento vindo de nossos manipuladores, que nos ordenam tarefas a serem cumpridas em determinado tempo, tornando-nos malucos ansiosos? Ou é porque realmente não somos feitos para dialogar e sim para cumprir?
Não sei por que isso acontece, mas experimentem substituir o "tudo bem", pelo "o que está sentindo" e sintam o espanto diante desse novo questionar.
Um abraço e uma ótima quarta-feira a todos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A amizade é um amor com "S"

Porque os mais belos poemas falam de amor?
Porque falar de amizade não poderia ser mais belo que falar de amor?
Quando perdemos um amor que consideramos verdadeiro, sofremos muito, refletimos mais ainda, talvez pela vida toda. Muitas vezes nem mesmo outro amor, que insistimos em encontrar em alguma esquina, ocupa o espaço vazio que ali ficou, aquele pequeno orifício que teimamos em dizer que não existe, mas, que aumenta aos poucos toda vez que tentamos nos enganar.
Porém, quando perdemos um amigo e tentamos recuperá-lo, também sofremos, também refletimos, mas se fracassamos nessa tentativa, veremos então, que essa pessoa não era um verdadeiro amigo, e por incrível que pareça, nosso coração entende.
Quando perdemos "este amigo", ao olharmos ao nosso redor e também em nossas costas, estarão pessoas, muitas pessoas. Pessoas que até então, eram consideradas somente pessoas para você. Algumas dessas pessoas lhe oferecerão a mão, e um dia, quem sabe, poderão se tornar pessoas a quem poderemos confiar todos nossos sonhos e segredos. Pessoas que poderão ocupar um lugar especial em nossa vida. Pessoas que podem ter o poder de fechar o vazio que o amor deixou. Porque o amor é singular, e a amizade é plural, e tenta nos mostrar os diversos caminhos para a tão sonhada "felicidade terrena".


Monique Cescon

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Aprendendo a como não dar uma aula.


A raiva, a angústia, o sofrimento de nada fazer diante do ridículo me fazem bem. É essa raiva e essa angústia que me deixam atônitos, com vontade de acabar com tudo. Esses sentimentos, que num primeiro momento, gostaria de jamais sentir, são os que alimentam a minha escrita, e tudo ou quase tudo o que me disponho a escrever. É ela, a escrita, que funciona para mim como uma arma, onde posso disparar contra o ridículo escancarado e incrivelmente aceito. Não, não se preocupem, os religiosos de plantão, muito menos os publicitários e agentes propagandistas da mídia alienadora, minha crítica hoje, não vai para vocês. Minha crítica, e toda minha raiva contida, e aqui desabafada, vai para os educadores, para aqueles que dizem querer libertar, despertar e construir o conhecimento nos alunos.
Ontem tive aula de didática. A princípio, deveríamos aprender a como ministrar nossas aulas, quando formos educadores. Ontem, adquiri um grande aprendizado: aprendi como não devo ministrar minhas aulas.
O ambiente "sala de aula" por si só é ridículo. É impossível, dar aula a cinquenta alunos. Colocar cinquenta alunos numa sala de aula e querer que eles aprendam, não é educação, é arrecadação. Mas o que me causou riso e raiva foi a justificativa da matéria. A justificativa, é o porquê aquela matéria existe, enfim, porquê temos que estar ali. Vejamos. Diz lá: "devemos tornar vivo o exercício da democracia, da pluralidade, do realizar e avaliar os problemas e as ações planejadas". Lindo não é? E continua: " O planejamento participativo ( que é o que a mestre propõe), necessita de liberdade de expressão e da capacidade de reflexão crítica do grupo..."( embora ela, a todo momento estivesse preocupada em acabar todo o conteúdo e falasse contanstemente da metodologia que deveremos aplicar em sala de aula). Não quis complicar a aula( não senti liberdade para isso), mas existe um mar de contradições. Primeiro, porquê ela fala em liberdade, e depois, em planejamento, metodologia e formas de fazer um todo aprender tudo. Segundo, quando se fala em reflexão crítica, onde na verdade a preocupação não está na criticidade do aluno e sim na obrigatoriedade do professor em acabar com o conteúdo previamente planejado. Não entendo como que dentro de algo planejado e que tem que ser ministrado, pode haver liberdade para a opinião, para o diálogo e para a criticidade. Não vou ficar citando todas contradições da aula, é perda de tempo, porém quero deixar um reflexão.
O que realmente importa? O professor livrar-se de um conteúdo pré-estabelecido, sem ninguém entende-lo? Ou o professor fazer o aluno entender um pouco do que existe no conteúdo, mas com ao menos a satisfação de ver que algo foi assimilado?
Por fim, agradeço a péssima aula, pois além de me inspirar a escrita, ao menos assimilei o que não devo ser como professor, ou melhor, como não devo ministrar minhas futuras aulas.
Uma ótima terça a todos.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Fofoca e Suruba


Não é de hoje que penso que somos maravilhosos atores. Vivemos constantemente preocupados com nossa imagem, seja no ambiente escolar, de trabalho, seja onde quer que desejamos ir. Nossa imagem fala mais que as palavras. Assim, nós homens, nos tornamos "bons de papo" não pelo o que falamos mas pelo o que demonstramos. Somos "bons de papo", quando, andamos na moda, temos um ótimo carro, um som invejável. Se você não tiver isso, pode considerar-se, fora dos padrões exigidos para uma boa conversa. Além disso, um bom de papo, deve ter atitudes que não intimidem o próximo. Ele pode ficar calado, mas sua ação, sua forma de se colocar diante dos outros fala muito alto. Pode ser o modo de sentar, de parar, de andar. Um bom de papo, precisa de tudo isso. Ele, antes de falar, precisa ser um bom ator, precisa saber representar. Feito isso, suas palavras são meras complementações sobre algo que já foi pré-estabelecido pela sua imagem. Com as mulheres, é um pouco diferente. As mulheres não precisam de carro, de som, mas precisam estar como a mídia manda (a roupa, o cabelo, o sapato), porque, ao contrário, é um vexame estar num ambiente, fora dos padrões estabelecidos pela mídia. Além do mais, mulher se mostra e se veste para mulher, e quem veste a mulher é a novela, o BBB e os programas de fofoca. E nessa última palavrinha aí, que está a chave de tudo. Toda essa nossa preocupação com a aparência, só existe pela fofoca, pelo comentário que os outros formam sobre nós. A fofoca, alimenta a aparência, e, nos preocupamos com a aparência, com o objetivo que a fofoca feita sobre nós, seja uma "boa fofoca". Só tem uma coisa, que quebra, pelo menos em parte, com essa preocupação com a imagem. A bebida.
Observem uma festa. No começo, todos tímidos, contidos, quietos. Vai um gole, outro gole e as coisas começam a modificar. A bebida, faz com que a timidez diminua e a libido aumente. As imagens começam a ruir. As mulheres dançam, atraindo as presas masculinas ao seu encontro. Os homens, atraídos, vão em busca do acasalamento, por hora ficam perdidos, não sabem para onde ir. Gostariam de ter todas, e elas também gostariam de ter todos, mas a moral não permite. A dança do acasalamento não deixa mentir. E a bebida, deixa ambos os sexos, por um tempo, sem aquilo que chamamos de moral. A vontade aos poucos está acima da moral, e os já bêbados estão cada vez mais livres para fazerem suas vontades.
Uma festa seria uma grande suruba, se não tivéssemos a memória. Memória, que um dia após, nos faz lembrar e falar de como aquele ou aquela estava "feio ou feia na foto". Memória que nos faz sentir na pele a ressaca moral provocada pela vontade de viver aquilo que nos causa prazer. Assim, se não existisse memória, não existiria fofoca, e o mundo... O mundo seria uma grande suruba.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Deus conversa com o Ale.



Estava eu, acomodado em meu lar, descansando tranquilamente, quando aquele, que só aparece de vez em quando(para desabafar algo ou para pedir ajuda), me chama ao celular. Eu, ao ver tal chamada pensei comigo: "que que houve agora".


Quem acompanha o blog já deve saber de quem estou falando, mas para quem é novo por estas bandas, informo quem era. Era Deus. Sim, ele mesmo, Deus.


Não é de hoje que ele se dirige a mim para desabafar e fazer pedidos incessantes para ajudá-lo a abrir os olhos dos seus fiéis e principalmente de seus representantes.


Atendi prontamente (não tenho audácia de deixar Deus esperando). Desconfiado de que sua ligação seria de revolta, tentei deixá-lo de bom humor e atendi dizendo:


_ E aí Deusinho querido do meu coração, com o vai a vida?Como passou o carnaval? Enfim como vossa divindade está?


Ele com um fala seca e bruta diz:
_ Estressado, péssimo, revoltado, com vontade de morrer. Mas nem isso posso, tenho vida eterna Ale. Que merda.


Começo a interrogá-lo mas antes disso dou-lhe um puxão de orelha:


_ O meu Deus, você poderia ao invés de vir a mim, sempre reclamar, enviar alguma notícia alegre, alguma boa nova, algo de bom para nós simples mortais.


Ele retruca:


_ Gostaria, mas não consigo. Depois que coloquei esse Papa Bento para me representar, só me estressei, perdi minha identidade, não sei mais quem sou.


_ Eu sei disso. Mas continue.


_ Sim Ale, continuarei. Pois bem, já disse que sou a favor de uma reforma, que possibilite as mulheres terem uma representante divina, os homossexuais serem felizes e respeitados e as pessoas poderem ser dignas da sua existência aí na terra. Mas meu Papa...Você viu a última dele? Lançou a campanha da fraternidade, a meu pedido, com o lema: "Defesa da Vida". A princípio nada de errado, ele apenas fez aquilo que pedi, mas quando fui ver o que ele pregou com isso....nanananana...o FDP, na verdade é contra a vida. Veja bem Ale...


_ Sim "migo" continue.


_ A idéia da campannha foi minha, mas parece que aquela anta aí embaixo não entende o que é vida. Ele diz que vida é aquele embriãozinho, e as vezes até a porra ejaculada, imagine como estariam os ralos dos banheiros dos adolescentes, seria um novo mundo se isso fosse vida. Ele diz que a vida já existe, antes mesmo do feto criar a base neurológica no seu cérebro...Minha santa inteligência Ale, quanta burrice, o que eu fiz para merecer isso...


_ Te entendo...mas me explique, de que "Defesa da Vida" você falava ao abordar a campanha?


_ Ale, Ale, para você sei que isso não é necessário, mas já que insiste, falarei. A vida consciente, somente existe, quando o cérebro está formado, ou na pior das hipóteses quando existir dois neurônios interligados. Quando falei em defesa da vida, quis dizer que defendia o aborto, pois sei que é injusto, milhares de mulheres terem filhos sem condições de tê-los, tanto no sentido psíquico como financeiro.


Quando falei em defender a vida, quis dizer, que devemos aproveitar os avanços da ciência, por exemplo na pesquisa com células tronco, que possibilitaria devolver a vida àquelas pessoas que tiveram a desgraça de terem sido vítimas de uma fatalidade existencial. Enfim Ale, defendo a vida existente e não a vida futura que ainda não existe. Entendeu né?


_ Claro que sim, mas quer que faça algo?


_ Claro que gostaria, e por isso que me dirigi a você. Sei que seu blog exerce uma forte influência, não tanto quanto o que aquele imbecil de Roma diz, mas peço que publique nossa conversa e que assim, pelo menos os leitores do Blog saibam de que vida estou falando.


_ Caro amigo, que honra poder ajudá-lo novamente. Fico muito feliz com isso. Com certeza publicarei nossa conversa e meus leitores espalharão suas belíssimas palavras em defesa da vida pelo mundo.


_ Muito obrigado Ale. Muito obrigado mesmo. Desculpe apenas me dirigir a você quando estou estressado, mas é que esse Papa me deixa louco. Mas prometo lhe enviar boas novas, assim que tiver.


_ Está perdoado meu Deus, pois como seu filho Jesus mesmo diz: " Quando lhe pedirem perdão, não lhe perdoe sete, mas sete vezes setenta"...Abraço aí e até.


Protesto contra a Igreja Católica reúne duas mil pessoas em Roma


Um protesto contra a Igreja Católica reuniu neste sábado duas mil pessoas em Roma. A passeata contou com a presença de representantes de movimentos sociais, grupos de esquerda, homossexuais e feministas.
Os manifestantes acusam o Papa Bento XVI de se intrometer nas discussões do parlamento sobre as leis de aborto, inseminação artificial e o casamento de homossexuais.
Neste sábado, na abertura de um congresso sobre as relações entre homens e mulheres, o Papa criticou o machismo e a discriminação contra as mulheres. Bento XVI reafirmou que Deus criou homens e mulheres de modo que completassem um ao outro.
http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1672050-3586,00.html

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A Contribuição de Lula

Já citei aqui, que sempre gostei da política. Tudo bem que me revoltei, logo após, o Luiz Inácio FH Cardoso da Silva, assumir o poder. Me revoltei após ele ter expulsado seus colegas de luta, e ter dado cargos a seus opositores. Eu achava que estava certo na minha revolta, achava...
Eu estava equivocado, admito. Lula fez o certo e continua fazendo. Ele leu o Príncípe de Maquiavel e mandou ver.
O governo Lula usa a lógica e por isso causa pavor aos opositores, que nem sabem o que mais são. Teve uma época, que o PT era coisa de pobre, comunista, revoltado. O PT causava pavor a elite brasileira.
Hoje o PT, continua sendo dos pobres, através do assistencialismo do governo, mas também é dos ricos, através do contínuo enriquecimento. Assim...a oposição se sente perdida, sem rumo, sem caminho para retomar o poder.
Lula está blindado contra as críticas. Descobrem algum podre no governo e prontamente ele diz: "não sabia, mas vamos investigar". Para atormentar a oposição que o acusa, Lula continua: "vamos investigar não só o nosso governo, mas também o governo passado". A oposição solitária só pensa consigo: "aí fodeu". Vejam o recente episódio dos cartões corporativos.
Lula conseguiu o que parecia impossível há um tempo atrás: acabar com a oposição. E diga-se, que sem golpe militar. Fidel Castro e todos os outros ditadores devem estar enciumados do "nosso barbudo". Ele está sendo fantástico.
Lula conversa com Chaves (odiado no mundo), e dá risada com Bush( deve ser porque ele é um palhaço mesmo).
Lula, dá o peixe para o pobre e o barco pesqueiro para o rico. Lula é incrível.
Uma das maiores contribuições de Lula, como presidente, foi acabar com os partidos políticos. Lula acabou com aquilo que chamamos de ideologia partidária.
Isso existia...até Lula entrar no poder.
Lula acabou com os idealistas, e possibilitou que esquerdistas vissem bondade na direita e direitistas vissem maravilhas na esquerda. Lula acabou comigo e me fez ver a política com outros olhos. Lula veio à terra para trazer a paz entre os homens.
Acredito que na próxima eleição presidencial vai haver consenso...pelo menos não teremos gastos em campanha. Obrigado Lula.
Abraço e ótima quinta.