terça-feira, 14 de abril de 2009

Eu e os 30.

Cheguei aos 30. Sim, aos 30. Sei que isso para muitos é espantoso, afinal, tanto fisicamente como psicomoralmente não aparento tudo isso.
Para a sociedade em geral, já deveria ter alcançado minha independência financeira,ter constituído família; já deveria ter de parado de pensar como um adolescente que sonha mudar o mundo e partir para a exploração desenfreada do sistema capitalista. Não fiz nada disso. Ainda sou solteiro, dependente e sonhador. Sonho em acabar com a Igreja, em mudar a política, e pasmem, sonho ainda em um dia ter um relacionamento que ultrapasse o moralismo vigente na sociedade. Algo liberal e cheio de amor, ou se prefererirem, cheio apenas de querer bem.
Quem sabe ainda esteja solteiro exatamente por isso. Dizem que as mulheres querem segurança, querem alguém que proteja a família que uma dia elas sonham ter. Devo ter me protegido incoscientemente disso através da minha não independência financeira. É impossível ser independente e estar casado. Acho cômico por exemplo, aqueles casais de estudantes universitários apaixonados, que ao serem questionados quando será o casamento, respondem: só depois de formados. Nada mais equivocado. Eles atingem a independência finacenceira e perdem a independência pessoal. Sempre digo que perdemos metade da nossa liberdade quando casamos e a outra metade quando colocamos o primeiro filho no mundo. Sou, como não podia deixar de ser, uma contradição: sou livre do casamento mas dependente da família, que num ato impensado me colocou neste mundo cruel. Prefiro assim, e me convenço disso quando observo os casais que andam por aí.
Outra causa de ainda não ter me rendido ao moralismo que a sociedade impõe, se deve ao fato de ser fiel a mim mesmo. Lembro que quando adolescente nas conversas entre amigos, falávamos sobre o não preconceito e sobre a não mudança de personalidade. Sonho de adolescentes sabem? "Somos responsáveis e jamais devemos incriminar aquilo que fomos um dia". Ecoavam as vozes da juventude. Hoje toda vez que ouço um "velho" amigo meu de 30 anos incriminar a juventude vigente, vejo o quanto eles mudaram e eu parei no tempo. Ou seria o contrário?
Por fim, tenho um amigo que diz que se quisermos realizar alguma mudança, devemos apostar na juventude. É ela que ainda sonha, que ainda enxerga possibilidades.
Assim, sonho ainda em despertar ou de manter no espírito dos jovens a "rebeldia" da juventude, ou seja, o sonho.
Sonho, e por isso me mantenho um adolescente...com 30 anos.


Um comentário:

Rodrigo disse...

Nada a comentar...
Só posso dizer que concordo...