terça-feira, 10 de março de 2009

Porque o blog existe.

A idéia do blog surgiu em abril de 2007, quando numa aula de Tecnologia da Educação, fui informado de como ele funcionava e de como seria fácil criá-lo e mantê-lo. Como já escrevia em casa, a mão, tendo minhas idéias arquivadas em cadernos, foi interessante saber que podia tê-las digitadas, arquivadas e disponíveis para quem quisesse vê-las. Assim nasceu o blog.

Logo depois dos primeiros textos e da pequena divulgação virtual que fiz, vieram os primeiros comentários e as primeiras críticas a ele. Notei que algumas pessoas haviam criado o hábito de acessá-lo e lê-lo. Inevitavelmente, meu ego, fez-me querer escrever mais; querer escrever para mim e também para as pessoas. Mas quem seriam essas pessoas?

Para responder quem são essas pessoas, serei obrigado a dividir a espécie humana em duas classes: a classe dos intelectuais e o senso comum. Na classe dos intelectuais, estão todos aqueles que não se importam com o senso comum. Na verdade eles fingem que se importam, mas se importam mesmo é com a queda de braço epistemológica. Em outras palavras, eles se preocupam que seus conceitos sejam reconhecidos e publicados nas conceituadas revistas científicas e acadêmicas que tratam daquilo que eles estudam. Para eles o importante é a ciência, a última descoberta, o último livro, a última teoria. Para eles o senso comum está perdido e não tem mais salvação. Ele está entregue a mídia, a religião, ao futebol, as paixões em geral.

Não discordo totalmente dessa classe intelectual. Porém no senso comum ainda existem aqueles que desejam se libertar. Existem pessoas, que da mesma forma que os intelectuais, gostam de refletir sobre as mais variadas situações existenciais, mas que diferente deles, não se preocupam com reconhecimento e sim com um mundo melhor. O blog desta forma é feito para esta classe “perdida”, esquecida pela ciência e mantida pelas paixões.

Não estou dizendo que intelectuais não lêem o blog, e sim, que a maioria deles não vê sentido em ler algo que julgam já saber e que dizem não ter utilidade nenhuma. Os intelectuais que lêem o blog, são aqueles que como os muitos do senso comum acreditam na possibilidade das pessoas, através de seus raciocínios, chegarem a uma conclusão não estabelecida, mas autônoma e livre de qualquer dogma, seja científico ou religioso. Eles acreditam que o pensamento, que a reflexão diante dos fatos, ainda pode fazer as pessoas enxergarem para além das cruzes e das caixas cheias de imagens que estão por aí.

O blog foi e é feito para essas pessoas, e por isso ele é gratificante. Seu objetivo é simples: despertar o pensamento crítico naqueles, que ao observarem a existência, se sentem indignados.

Abraço a todos e ótima semana.



10 comentários:

r.A. disse...

Observar e críticar um blog faz parte de minha existência e obrigado por publicar um texto para mim, me sinto bem melhor agora! HEhehehehe.
Eu não divido a humanidade em classes, não tenho poder para tanto, não divido senso comum e ciêntifico, quero resolver problemas de afirmações contraditórias, erroneas de forma sensivel e apaixonada. Nesse ponto é bom saber que concordamos com poucas coisas, mas ainda concordamos.Não concordo com essas suas "gavetas" ai, mas concordo que o blog é seu, mas no momento que publica o que escreve tem de responder por isso de forma responsável. Sempre respeitei seu blog e inclusive deilhe textos para que publicasse para cooperar com ele (se tua existência te permite lembrar) e ao menos que você se declare dono fascista do blog e decida me dizer:_ NÃO ESCREVA MAIS AQUI, NÃO LEIA MAIS MEU BLOG! Eu continuarei a ser "cri cri" como você escreveu por aqui. É natural que esteja ferido pelos estilhaços da peleia, mas aposto na sua capacidade de reflexão pós estúpides a qual me incluo.

Onde há "ÁGORAS" abertas ao pensamento livre eu estarei lá para discutir, se você me entende!

Queijos e Balaços

r.a.- Filósofo trágico e maldito!

r.A. disse...

ps. E onde não estiver AGORAS abertas ao pensamento livre acho que podemos meter o pé até arrebentar com tudo!

E ai, quer continuar a magoa?

Anônimo disse...

Pode criticar o quanto quiser. Se terá suas críticas respondidas...pode ser que sim, pode ser que não.Com certeza responderei todas aquelas que acho que devam ser respondidas. O que deve ser respondido? Creio que aquilo que vier a ser de interesse do senso comum ou de intelectuais que queiram fazer com que o senso comum enxergue e não se cegue de vez. Gaveteiro?...Magoado?Isso sinceramente não é do interesse do senso comum...logo não tecerei comentários. Continuar a mágoa? Não estou magoado, apenas prefiro evitar quedas de braço que não levam a lugar algum e não contribuem e sim apenas afastam aqueles que querem fazer o blog um lugar de construção e não de ruínas.

Anônimo disse...

Obs: O texto não foi pra ti, mas confesso que vc foi responsável por aquilo que chama de engavetamento.

r.A. disse...

é quer continuar a mágoa, que pena!

Anônimo disse...

Bah... interessante o texto...

Na minha opinião, é essa a filosofia socrática. Não falo pelo método, mas pela intenção: cativar as pessoas até as suas próprias vidas, chamar elas até sua realidade, convidá-las a ver e, pelo menos, sonhar com possibilidades, com novos caminhos, com outros horizontes...

Foi sempre isso que me cativou na filosofia: não as mega teorias e milhões de conceitos, sistemas e afins, mas aquela coisa sutil de convidar à reflexão. Seja sobre o amor que te maltrata ou pelo sistema político ou modo de produção ou o meio ambiente ou tua incomplitude ou qualquer coisa outra: por que é que o pensamento teria barreiras e/ou critérios?

Quanto aos intelectuais deslocados da esfera comum, é uma forma de levar a vida, e a decisão de querê-la assim é só deles. No fundo, não me importo muito com eles porque são completamente inócuos, da mesma forma que o mundo serve pouco pra eles, eles servem pouco pro mundo. Teorias são só teorias, quase sempre; e se quem as escreve não as por em prática e lutar por elas, quem dará credibilidade? Como diz o alemão gaúcho chato: "fácil falar e fazer previsões do alto do arranha-céu, sem o cheiro, sem o som, sem ter nunca estado lá e sem ter que pagar pelos erros que cometer".

Como dizia o Nietzsche, o filósofo tem que pregar com o exemplo...

Todas as vezes que se criam parâmetros e barreiras, se excluem pessoas, e nenhuma teoria vale mais do que a vida de ninguém...Por isso que eu penso que a filosofia enquanto tal, enquanto "socrática", enquanto amor por algum saber, enquanto sonho e perspectiva de mudanças tem que ser pra fora, tem que ser para bem além das intituições e similares... não sei se essa filosofia pode existir nas instituições, inclusive, mas acho que ela pode aproximar idéias filosóficas, sobretudo nos intervalos... E me parece que aí está o ponto que divide estudiosos do pensamentos de filósofos.

Os grandes doutores chamam isso de filosofice. É uma escolha muito conveniente, a eles mesmos, claro, que fazem: mas ao vivo as coisas são bem diferentes... Há obras filosóficas que são estritamente pra serem usadas em academias. Admiro muito o Sartre, e acho fantástico O SER E O NADA, mas é demasiado enrolado e extenso e sem aplicabilidade alguma, logo, como toda obra de Hegel, Kant e vários outros, sem propósito, sem muito sentido... Ele próprio, no fim da vida, escreveu outro livro gigantesco convidando à luta comunista porque o "materialismo histórico é a filosofia do nosso século", com suas palavras...

Hoje estou muito convencido de que quem realmente faz a diferença são esses intelectuais (?) comprometidos com o senso comum, e o próprio senso comum que nem é tão comum assim... Gosto do Pedrinho Guareschi e dos outros que vem em sua baia por isso: sem complicação, sem enrolação, com obras acessíveis a todos, feitas pra chamar o senso comum à luta e para tentar transformar o que tá aí... Sem pretensão de posteridade e afins... Acho que para o escritor ser sincero, ele tem que escrever pensando só no seu tempo e fazendo realmente parte dele...Se o Albert Camus não tivesse lutado na segunda guerra sua obra não teria o mesmo valor pra mim... mas isso é opinião, é doxa, não é episteme (ainda bem).

Por fim, não concordo com todo o texto mas com a maioria, e me importo mais com o que nos aproxima do que com o que nos divide...

A luta é sempre mais fácil com grandes companheiros por perto!

Anônimo disse...

Calma Agulha...já vou contar a verdade...
Assim pessoal,tudo isso foi um mero teatro, protagonizado por mim e pelos meus colegas para tentar despertar a filosofia no mundo "blogal". Foi somente isso que aconteceu.
E aí caros telespectadores...gostaram?
Mas podem ficar todos tranquilos, que não guardamos mágoas das nossas encenações.
Agora basta a vcs escolherem para quem vai o Oscar.

Anônimo disse...

Precisa escrever algo separadamente e até com título pra dizer porque o blog existe?
Acho que lendo ele já da pra saber né?

Anônimo disse...

Concordo contigo.
Mas assim,apenas o postei pelo fato de nos últimos dias terem surgido críticas sobre a linguagem empregada no texto "Querer,recordar e temer". Como desconfiei que as críticas partiram de um intelectual, fiz questão de escrever algo sobre, mostrando qual o obejtivo do blog. Mas seu comentário me enche de alegria pois me faz perceber que a ampla maioria dos leitores entendeu o que o texto em questão quis dizer, sendo que a não compreensão do mesmo foi apenas um caso isolado. Valeu pelo comentário e boas leituras e reflexões.

A Arte da viver. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.