segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Novos Tempos de Paz.


Eu pensei em criticar. Juro que pensei. Criticar no meu sentido sabem? Ironizando, debochando e “alfinetando” (esse termo não é meu, escutei ele de uma autoridade). Porém desisti. Mudei de estratégia. Encontrei um novo caminho. Um caminho mais positivo, mais tranqüilo, sem muitos espinhos. De agora em diante, vou ver apenas o lado bom das coisas. Serei mais ou menos como um portal de notícias, sempre imparcial.

Desculpem-me se nesse primeiro texto ainda mantiver alguns resquícios daquele longínquo tempo em que fui um debochado irônico alfinetador de contradições.  Não é fácil mudar assim, da noite pro dia. Mas vamos lá. Prometo fazer grandiosos esforços para me manter em paz com vocês. 

Por falar em paz, é sobre ela que quero falar.

No último sábado tivemos a caminhada da paz em Planalto. Creio que nunca na história de Planalto, uma caminhada fez tantas pessoas felizes. Definitivamente, houve consenso geral entre as classes: alunos e professores, funcionários públicos municipais e seus respectivos patrões. Todos de olho no próprio umbigo e empunhando a bandeira da paz.

Os alunos, em acordo com seus professores, receberam folga da marcha habitual de Sete de Setembro, e mais alguns pontos na média geral para participar do evento. Funcionários públicos receberam dispensa do trabalho no dia de hoje por terem comparecido na caminhada. Tudo pela paz, pelas notas, e pelo feriadão é claro. O único ponto negativo do "movimento fim guerra” foi o professor de filosofia que não aderiu ao movimento de compra de alunos, digo, de estímulo a aprovação colegial. Ninguém entendeu ou soube dizer o porquê de tal atitude. Dizem que se negou a negociar com os alunos, pois segundo ele, “negócio” é fruto do capital, e que negociar feriria seus princípios. 

O importante enfim (tirando a rebeldia do professor de filosofia), é que tudo ocorreu dentro dos conformes. Tudo dentro do planejado: houve comparecimento em massa da população (caminhando ou aplaudindo com segurança), os alunos estão quase todos aprovados, os funcionários públicos terão feriadão, e os veículos de comunicação do município já tem o que postar na próxima edição do jornal. Dizem que até a RBS, e vários postulantes a um cargo na Assembléia Legislativa do Estado e a Câmara Federal estiveram presentes. As más línguas dizem que vieram por causa da eleições, mas isso é conversa pra boi dormir.

Eu sinceramente estou arrependido. Sinto que perdi uma grande chance de mostrar minha nova cara. Já imaginaram se apareço na TV, todo de branco, sorrindo, e segurando um belo cartaz branco? Seria perfeito.

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