terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Retrospectivas Experenciais e Urgenciais

Preciso urgentemente escrever um texto. Questão de saúde. Vivi demais nesses últimos seis meses e não desabafei quase nada no papel. Todos precisamos de alguma forma desabafar, e no meu caso, são nas letras e nas palavras que descarrego minhas angústias, minhas alegrias e minhas experiências. É no papel que também afirmo minha existência e que exerço o que tenho de melhor. Enfim, preciso escrever porque estou me sentindo deprimido de tanto reprimir. Minha desculpa é que estive ocupado demais, que não tive tempo, e que andei fazendo outras coisas. Não que isso não seja uma verdade, porém, pelo fato de não suportar desculpas, acabo por me odiar ao perceber me desculpando.

Desculpas a parte, a questão é que preciso me amar para viver e preciso do papel para me amar. Acho que uso bem as palavras, acredito que sei alfinetar como dizem aqui, ou que consigo transgredir a moral estabelecida sem descumprir a ordem vigente. Em outras palavras, acredito que consigo abalar levemente as estruturas e atormentar um pouquinho meu “micro sistema” sem dar margem para processos judiciais. Giorgio Agamben, filósofo italiano do nosso tempo, chama isso de profanação, mas eu prefiro chamar apenas de exercício filosófico. Enfim, nos próximos posts, pretendo fazer um resumo, uma retrospectiva dos meus últimos seis meses.

Por enquanto fico por aqui, levemente mais leve por ter feito uso das letras, e ansioso em compartilhar com vocês minhas últimas experiências. Começarei por agosto, mas isso já é papo para a próxima publicação.


2 comentários:

Alle Vargas disse...

Então você ainda usa papel...

Isso é bom. Faz parte da nostalgia de se escrever. Acho que ando concreto, frívolo até...

Ando sentindo-me obsoleto por ter deixado um pouco de lado a pena e o papel, talvez com eles foram minhas idéias...

Muito bom o texto.

Alexsander de Vargas...o Ale. disse...

Uso sim. A "pena e o papel", embora muitas vezes me deixe angustiado e aparentemente "órfão" de ideias, ainda me trazem uma paz interior, que só quem escreve é capaz de entender. No seu caso, acredito que apenas esteja passando por uma pequena crise literária ou algo do tipo. Mas não se estresse não, isso é normal e acontece apenas com quem escreve. Nao sei se existem dicas para sanar a "crise de ideias",mas um colega meu me disse uma vez, que para as ideias sairem, devemos apenas deixar a pena correr ao som do coração. Abraço aí e valeu pelo comentário.