quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tricolor, tricolor, tricolor...

Como todos sabem, sou apaixonado por futebol. Já pensei muito 0 porque de tal paixão, mas confesso que não cheguei a conclusão alguma. Minha melhor justificativa é porque ele é imprevisível. Somos avessos a certezas. Quase tudo na vida é assim. O que nos move é a imprevisão, a não garantia, o inesperado. Quando temos certeza, perde a graça. E o futebol é incrível por isso, ele nos prega peças inimagináveis, é imprevisível, inconstante, surpreendente.

Já vi de tudo no futebol. Vi o Liverpool empatar e vencer o Milan nos pênaltis depois de estar perdendo por 3 a 0; vi o Manchester virar contra o Bayer Munique em 2 minutos uma final da Liga dos Campeões, e vi inclusive um time gaúcho, que eu jurava jamais ter de torcer a seu favor, ganhar um jogo com sete homens em campo, quando tinha um pênalti a ser cobrado contra. Como disse "jurava jamais ter de torcer a favor", e como também disse "o futebol nos prega peças".

Pois, dois anos depois desse mesmo time fazer algo inacreditável, inacreditavelmente me vi obrigado a torcer por ele. Para piorar um pouco meu calvário, tinha de torcer contra o meu clube do coração. Tudo para ver o Corinthians na segunda divisão.

Nunca sofri tanto. Tinha de torcer contra o vermelho e a favor do azul. Como foi difícil gritar é gol do Grêmio ou no fim dizer "viva o Inter perdeu". No fim daquela tarde sofrida e feliz de domingo - afinal tudo deu certo e o "Timecão" foi rebaixado - achei que jamais precisaria torcer novamente para o tricolor gaúcho. Porém, entretanto, mas, contudo, não obstante de, o futebol nos prega peças. Novamente me enganei. E novamente me vi obrigado a vestir azul para sorrir vermelho. Para piorar, acreditem, não precisei torcer para meu rival da Azenha apenas uma vez esse ano, mas várias. Serão quatro jogos com a camisa tricolor no peito. Nos dois primeiros consegui dois bons empates, e hoje, tenho mais um duelo contra o Palmeiras.

Por fim, na última rodada, enquanto meu Inter pegará o rebaixado Santo André em casa, estarei eu com um olho no Maracanã torcendo novamente para o tricolor diante do Flamengo. Tudo por uma possível vaga na Libertadores, ou ainda por um improvável e quase impossível título. Se bem que o futebol nos prega peças e nele tudo é possível.
O que importa e o que me angustia, é que hoje, novamente para meu desespero e benefício futebolístico, vou torcer como nunca para o meu co-irmão. Vamos atropelar o Palmeiras.

Hoje, envolvido nessa tragédia chamada vida e diante dos deuses traidores e imprevisíevis do futebol cantarei: Tricolor, tricolor, tricolor...

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