Mulheres são viciadas. Quase todas eu diria. Terezinha é um exemplo vivo disso. Confesso que estou preocupado. Tenho medo que ela tenha uma overdose. Terezinha, como várias outras mulheres que conheço, é viciada
O problema de Terezinha está aí. Além de ser viciada quer viciar os outros. Já conversei com Terezinha, disse a ela que respeito seu vício, apenas não quero ter de adquiri-lo. Ela não entende. Quando entro na casa de Terezinha, é flagrante o olhar dela para o chão. Mais precisamente para as pegadas que poderia meu tênis vindo de fora deixar. Chega a dar medo.
Dias atrás Terezinha mandou fazer uma reforma em seu banheiro. Sabia ela que a reforma demoraria uns três dias para ser concluída. Para uma ser existente normal, creio eu, a limpeza da sujeira ocasionada pela reforma deveria ser feita quando a obra estivesse concluída. Que nada. Mal o pedreiro terminou o primeiro dia de serviço, e lá estava Terezinha com todos seus apetrechos, pronta para colocar a mão na massa, ou melhor, na água. Sinceramente nunca vi uma reforma inacabada tão limpa. Terezinha ao terminar sorria de felicidade. Parecia estar num daqueles ápices. Era lindo de ver. Porém, mal sabia Terezinha que tudo viraria pó. Nada pior para Terezinha do que o pó. Meia hora depois de terminada a limpeza, lá estava novamente o “sujo” do pedreiro, sujando tudo de novo. Terezinha surtou, queria matá-lo. Porém não podia. Ela também era viciada em mudanças e necessitava da obra para ser feliz. Foi assim até o final. Terezinha limpando e o pedreiro sujando.
Três dias depois, concluída a obra, lá estava Terezinha cantarolando e limpando feliz seu novo banheiro. Sabia ela que o pedreiro não adentraria mais ali. Limpou, limpou, acabou e sorriu. Entrei para ver o novo banheiro de Terezinha. Esqueci que estava com meu tênis sujo. Tive duas opções: correr ou morrer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário