Deixar órgãos que poderiam ser doados a quem aguarda ansioso por um, é um ato desumano e cruel.
O corpo é uma máquina, e quando uma máquina pára, sempre sobram algumas peças que podem ser reaproveitadas. É sabido que existem dogmas religiosos que impedem tal prática, mas aos que seguem tais dogmas, só nos resta ignorarmos tais imbecilidades.
Mas não é sobre religião que quero falar. Quero abordar a doação em si e as dificuldades para quem deseja realizá-la.
Acho maravilhosa a campanha que a mídia faz toda vez que uma recente celebridade criada por ela mesma, morre e tem seus seus órgãos transplantados. Doe seu órgãos diz ela.
Olhem que lindo: "aparece a junta médica, a família enlutada, as famílias que aguardavam ansiosamente a morte de algum possível doador, e assim por diante. É um filme real, no qual, por mais que o mocinho morra, todos vivem felizes para sempre. Isso em todos os canais de televisão.
Porém, observo sérios problemas aos simples mortais como nós, que desejam doar seus órgãos.
Andei pesquisando, e colhi as seguintes informações:
"O Coração e pulmão são os órgãos que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas. O ideal é que as duas cirurgias ocorram simultaneamente. O Fígado resiste até 24 horas fora do organismo. O Rim é bastante resistente, se comparado a outros. A espera pode ser de 24 a 48 horas. O Pâncreas, como no caso do coração e do pulmão, as cirurgias de retirada e doação, tem de ser feitas quase que simultaneamente. A Córnea pode permanecer até sete dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de conservação.
"Segundo o Ministério da Saúde, existe no Brasil cerca de 117 instituições cadastradas para realizar transplante de órgãos: Rim (111), Medula óssea (13), Fígado (6), Coração (9) e Pulmão (3). Deste total, 40 estão localizados na Região Sul (PR, SC, RS) dos quais, 20 são Hospitais do Rio Grande do Sul."
Percebam o caos: seu ente querido morre e você é tomado pela intensa dor da perda. Porém deve manter a racionalidade e ir atrás dos serviços fúnebres. Antes disso, sua já esfacelada racionalidade, com compaixão de quem está na lista de espera, lhe diz: "doe seus órgãos como a Eloá". Sim é lógico que deve doar...mas doar como, você se pergunta? "Terei eu que ir atrás destes 3 hospitais que realizam transplantes completos? Aumentarei o transtorno e a dor de quem sofre a perda para salvar algumas vidas que nem conheço?"
Por fim e para acabar com qualquer chance de querer ajudar o próximo vem a segunite notícia: "Todo trabalho de transplantar é pago pelo SUS."
Você desiste e enterra o cadáver, você sabe que não encontrará disposição por parte da própria saúde em realizar este serviço.
Assim se você deseja ser um doador, lhe resta somente: se tornar uma celebridade nacional, vítima de um sequestro, morto com uma bala na cabeça.
Me sequestrem por favor...quero ao menos morto...salvar vidas.
2 comentários:
boa ale...falou td, foi do caos da saúde publica no brasil até antigos e ultrapassados dogmas de certas igrejas que acreditam que o corpo de uma pessoa nuca mais vai ser outra coisa, a naum ser o corpo em si, mas esqueçem que nósso corpo nada mais éh do que matéria e éssa matéria depois que a pessoa morre vai se transformar em coutra coisa ou no português correto "adubo"...e no caso da Eloá, esse mostra o quanto o povo brasileiro gosta de uma desgraça alheia, todos os canais abertos lucram com um acontecido desses, e claro sempre ficam contra o suposto "vilão" mas esqueçem de que o vilão de agora foi criado por eles e pela sociedade antes...
abraço ale...e continue escrevendo que continuarei lendo hehehe
Obrigado pelo comentário, e pode deixar, que até o dia em que as palavras vierem a minha cabeça...continuarei escrevendo...hehe...Abraço
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