quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Os gemidos de Clara - Parte 2

Clara é uma bela gorda, mas deve ter sido uma bela mulher no passado. Tem olhos verdes, 1,65 cm, panturrilhas fortes e uma cintura agradável. Com certeza Clara já foi chamada de gostosa e alguém neste mundo a fez gemer como nunca. Pensei em transar com Clara, fiquei curioso pelos seus gemidos, mas preferi me masturbar pensando em como Clara deveria ser há 40 anos atrás. Clara deve ter uns 58 anos e isso me impede de desejá-la realmente, mas com 18...bem, com 18 eu provavelmente inventaria ou buscaria um método para conquistá-la.


Ainda apreciava Clara na sua essência, quando ela exclama: “Are baba”. Eu não acreditei. A sala caiu na risada. Clara parecia, além de professora uma ótima comediante. Depois da euforia, Clara volta à aula, faz a leitura de duas frases de uma lâmina exposta, e de repente o som de um celular soa na sala de aula. Os alunos se entreolham. De quem deveria ser aquele celular intrometido e irresponsável interrompendo a leitura de Clara? O celular continua a tocar. A música dele é bela, lembra um tango. Pensei que pudesse ser de um aluno puxa saco da professora argentina, que nada. Passados longos 30 segundos de Carlos Gardel, Clara exclama: "é o meu gente!" Eu não queria acreditar, mas era. O pior, é que o pior ainda estava por vir. Clara antes de atender pergunta: Posso atender? Eu quase retruco: “nãoooo...deixe terminar o tango”. Preferi o silêncio. Clara atendeu, e depois de ter resolvido seus assuntos particulares, voltou à aula.


Antes de minha atenção voltar a aula, refleti por alguns minutos sobre o “are baba”, o celular, o tango, e os gemidos de Clara. Não concluí absolutamente nada. Quando novamente prestei atenção na metodologia de Clara, adivinhem sobre o que Clara falava? Sobre a metodologia claro. Decidi perguntar a Clara se ela valorizava mais a forma ou o conteúdo. Levantei o dedo, ela não deu bola. Aqui no Brasil um dedo levantado quer dizer duas coisas: ou um pedido de atenção ou uma cerveja bem gelada. Como estava numa sala de aula acreditei que meu dedo levantado significasse um pedido de atenção. Eu juro que se na Argentina o dedo indicador numa sala de aula significa uma cerveja...bem, aí eles são mesmo superiores. Como meu dedo indicador não tinha mudado em nada o plano de aula de Clara, resolvi interromper. Foi difícil de falar com Clara. Ela é expert em olhar na diagonal. Aquele olhar em que você olha mas não olha sabem? Para Clara me dar a palavra, tive de levantar, ameacei sair. Ela me olhou e eu antes dela falar algo, perguntei: “antes do intervalo professora, pode me dizer se você acha mais importante a forma ou o conteúdo?” Senti sua garganta secar com a pergunta. Ela tomou um gole de água (acredito que era água) e de mansinho me respondeu: “olha, eu valorizo o conteúdo, mas a maioria valoriza o método”. Era o que eu precisava para sair da aula.


Saí, acendi mais um cigarro holandês e refleti pelo resto da noite em como deveriam ser o gemidos de Clara. Com certeza, muito melhor que suas aulas.

Nenhum comentário: