Fui recusado. Não eu, mas meu pré-projeto. Sim, tinha um pré-projeto educacional, baseado na experiência de um colega em sala de aula, mas ele foi recusado.
Meu pré-projeto era simples. Embasado no PPP, Plano Político Pedagógico, que é elaborado pela Escola, ele tentaria da melhor maneira possível, aproximar meus futuros alunos dele.
No PPP consta, resumidamente, todo o projeto da Escola. Consta ali, mais precisamente falando, o que a "Comunidade Escolar" espera de seus alunos após a respectiva formação. O PPP é como uma Constituição: linda, bem formulada, e voltada ao social. O problema do PPP, também é similar ao de toda Constituição: fica tudo só no papel. E foi ousando querer tirar as coisas do papel que fiz meu pré-projeto. Meu primeiro erro foi esse. No sistema, tirar as coisas do papel é ofender. Você é chamado de revolucionário, anarquista, comunista, sonhador, e outros adjetivos mais, que os ofensores nem sabem direito o que significam.
A base e a justificativa do meu pré-projeto era bem simples: já que a Escola prega em sua "Constituição" que devemos formar alunos críticos e politizados, nada mais justo que façamos política dentro da escola. E fazer política é indagar sobre o que ocorre. É compreender e tentar melhorar. É ser crítico e ativo. É enfim, no caso da Escola, ir de encontro com aquilo que ela mesma diz sonhar de seus alunos.
Como disse, essa ideia quem teve foi um colega de faculdade, que a colocou em prática e consegiu através dela obter tudo aquilo que a política deve ter em sua essência, ou seja: adesão consciente das massas, no caso dos alunos, e confronto com os governantes, no caso a direção.
Lá os alunos achavam justo, mascar chicletes, tomar água livremente e tirar a bunda da cadeira quando necessário. Lá eles não podiam fazer isso. Reinvidicaram, elaboraram argumentos; se uniram, viram a necessidade burocrática de eleger um líder; foram a direção, convocaram o representante maior para uma reunião.
Reunidos, tiveram quase todas suas propostas rechaçadas. Decobriram que o sistema é cruel, injusto. Mas fizeram política. Hoje, podem tomar água livremente, e embora não tenham atingido todos seus objetivos, lá, naquela escola, quem sabe pela primeira vez na história, se chegou mais perto do Ideal que a própria escola propõe.
Meu pré-projeto visava mais ou menos isso, mas como disse ele foi recusado. O sistema acadêmico não aceita experiências. Na Universidade você não pode falar, senão através da boca de quem já disse. Você não pode dizer eu acho, só pode dizer "como disse Fulano de Tal". Na Universidade não existe política, não existe crítica, existe repetição. Você repete repete repete, até que um dia, depois de atingir "doutorado em repetição", pode falar sozinho. Você atinge a livre docência.
Vou refazer meu pré-projeto. Meu tema será: "A necessidade da repetição para a manutenção do sistema". Meio redundante, mas será aprovado. Podem ter certeza disso.
Meu pré-projeto era simples. Embasado no PPP, Plano Político Pedagógico, que é elaborado pela Escola, ele tentaria da melhor maneira possível, aproximar meus futuros alunos dele.
No PPP consta, resumidamente, todo o projeto da Escola. Consta ali, mais precisamente falando, o que a "Comunidade Escolar" espera de seus alunos após a respectiva formação. O PPP é como uma Constituição: linda, bem formulada, e voltada ao social. O problema do PPP, também é similar ao de toda Constituição: fica tudo só no papel. E foi ousando querer tirar as coisas do papel que fiz meu pré-projeto. Meu primeiro erro foi esse. No sistema, tirar as coisas do papel é ofender. Você é chamado de revolucionário, anarquista, comunista, sonhador, e outros adjetivos mais, que os ofensores nem sabem direito o que significam.
A base e a justificativa do meu pré-projeto era bem simples: já que a Escola prega em sua "Constituição" que devemos formar alunos críticos e politizados, nada mais justo que façamos política dentro da escola. E fazer política é indagar sobre o que ocorre. É compreender e tentar melhorar. É ser crítico e ativo. É enfim, no caso da Escola, ir de encontro com aquilo que ela mesma diz sonhar de seus alunos.
Como disse, essa ideia quem teve foi um colega de faculdade, que a colocou em prática e consegiu através dela obter tudo aquilo que a política deve ter em sua essência, ou seja: adesão consciente das massas, no caso dos alunos, e confronto com os governantes, no caso a direção.
Lá os alunos achavam justo, mascar chicletes, tomar água livremente e tirar a bunda da cadeira quando necessário. Lá eles não podiam fazer isso. Reinvidicaram, elaboraram argumentos; se uniram, viram a necessidade burocrática de eleger um líder; foram a direção, convocaram o representante maior para uma reunião.
Reunidos, tiveram quase todas suas propostas rechaçadas. Decobriram que o sistema é cruel, injusto. Mas fizeram política. Hoje, podem tomar água livremente, e embora não tenham atingido todos seus objetivos, lá, naquela escola, quem sabe pela primeira vez na história, se chegou mais perto do Ideal que a própria escola propõe.
Meu pré-projeto visava mais ou menos isso, mas como disse ele foi recusado. O sistema acadêmico não aceita experiências. Na Universidade você não pode falar, senão através da boca de quem já disse. Você não pode dizer eu acho, só pode dizer "como disse Fulano de Tal". Na Universidade não existe política, não existe crítica, existe repetição. Você repete repete repete, até que um dia, depois de atingir "doutorado em repetição", pode falar sozinho. Você atinge a livre docência.
Vou refazer meu pré-projeto. Meu tema será: "A necessidade da repetição para a manutenção do sistema". Meio redundante, mas será aprovado. Podem ter certeza disso.
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