sexta-feira, 7 de maio de 2010

A desobediência de D'Alessandro

O Inter se classificou, fez os dois gols que precisava e está nas quartas de final da Libertadores da América. Destaques do jogo? D’Alessandro e Fossati. Um por ter desobedecido e o outro por não ter inventado.


Só D’Alessandro inventou. Inventou e desobedeceu. D’Alessandro fez tudo o que um bom meio campo deve fazer: armou, triangulou, concluiu. Porém, o que definiu a classificação, não foi um gol do argentino, muito menos uma assistência direta dele para o gol. O que definiu o jogo foi sua criatividade, sua liderança, e sua autonomia para desobedecer o técnico.


D’Alessandro foi autônomo. Ele tomou as rédeas do time, e puxou a responsabilidade para si desde o começo do jogo. O que ninguém esperava, era que ele desobedecesse às ordens de Fossati. Mas ele desobedeceu.


Desobedeceu, porque antes do jogo, Fossati fez um pedido especial para Fabiano Eller: “não suba, não suba” disse ele. E Eller não subiu. O zagueiro lateral cumpriu todas as ordens de seu comandante. No primeiro tempo Fabiano Eller não fez uma investida sequer ao ataque. Ele ficou ali, plantado, na espera, exatamente como um bom zagueiro deve fazer. Já D’Alessandro por sua vez, brilhava no meio. Foi dele o passe magistral, para Andrezinho servir Alecssandro no primeiro gol.


O Inter fazia 1 a 0 e o primeiro tempo se encerrava. O Inter, do louco Fossati, tinha cumprido metade do seu objetivo, e precisava apenas de mais um gol nos 45 minutos restantes. Fossati estava feliz. Feliz e convicto de suas ideias.


No vestiário, pediu de novo para Eller não subir, e para o meio, sem pressa, tentar fazer o que fez no primeiro tempo, ou seja, romper a barreira argentina. Do outro lado, o Banfield tinha apenas uma tarefa: bloquear a criatividade e a troca de passes do envolvente meio campo colorado.


Começa o segundo tempo e o jogo da paciência continua. A pressão era total. Era um ataque contra a defesa, uma meia linha por assim dizer. Porém estava difícil. E foi aí, percebendo que seria difícil ultrapassar novamente a defesa argentina, que D’Alessandro desobedeceu Fossati.


Foi desobedecendo Fossati e ordenando a Eller para que este apoiasse, que nasceu o segundo gol colorado. As imagens não mostram, mas quando D’Alessandro pega a bola, ele olha para Fossati e para Eller. Eller olha para Fossati. Fossati acena que não. Eller olha para D’Alessandro e o argentino diz: “vai, vai, passa, passa”. Eller olha novamente para Fossati que contraria: “não vai não vai”. O argentino insiste, acena com o braço, implora para Eller subir.


Naquele momento o mundo caiu sobre as costas de Eller, uma decisão equivocada pode definir seu futuro no time. Apenas o triunfo no lance não acometerá sua carreira. Um mar vermelho espera por sua decisão. Eller enfim decide. Ele dá as costas a Fossati e corre por trás do seu marcador. D’Alessandro passa a bola, e Eller cruza. Um segundo de silêncio instala-se no Gigante da Padre Cacique. A bola vai...vai...vai...e...encontra Walter. E quando a bola encontra Walter, é diferente de quando Walter encontra um microfone. Walter se dá bem com a bola. Para ele, sem saber que está com a razão, o mundo é uma bola. Walter cabeceia, e faz emergir da garganta de milhões de colorados o grito de gol. É gol do Inter, é o gol da classificação. É o gol da desobediência e da confiança. Um gol que mantêm viva as chances do colorado, exatamente como em 2006, conquistar a América.

3 comentários:

Unknown disse...

Vamo vamo INTER..

Unknown disse...

Cara, não to nem ai pro gol do inter, aliás, quero que se dane esse golzinho do inter, mas a maneira como tu descreveu a cena, deu mais emoção do que se estivesse assistindo ao jogo. Show de bola, mas show de bola teu porque o do D'Alessandro, pfff, que se dane também. uahsuashuahs

Abraço !!!

Alexsander de Vargas...o Ale. disse...

Hehehe...Abraço pra vocês aí.