Não adiantou a pressão da mulher, o dinheiro do Inter, e nem mesmo a possibilidade de conquistar o Mundial de Clubes da FIFA. Felipão prezou pela coerência, pela história, pela paixão futebolística, e disse não ao colorado. Ele preferiu a segurança e a eterna idolatria tricolor, do que a terceira conquista da América, o agrado a mulher, e a possível vitória no Mundial de Clubes – único título importante que lhe falta.
Felipão preferiu não correr riscos. Treinar o colorado não lhe faria mais feliz. Faria sim sua mulher mais feliz. Não estou dizendo que Scolari não ama sua mulher. É claro que Felipão ama sua esposa. Ama tanto que não quis arriscar sua relação. Scolari se viesse ao Inter, viveria na intranqüilidade. Ele sairia inevitavelmente ferido pela sua escolha.
Se vencesse a América e o Mundo, inevitavelmente ganharia o ódio eterno da massa azul. Já, caso contrário, se perdesse a América, perderia junto com ela o amor de sua esposa. Ela jamais o perdoaria: se sentiria traída, menosprezada, não valorizada pelo marido. Ela jamais aceitaria que o marido viesse a fracassar exatamente à frente do seu Inter.
Felipão preferiu a desavença momentânea ao inevitável divórcio. Preferiu o eterno amor gremista, o respeito colorado, e a leve controvérsia com a mulher, do que arriscar tudo o que tem.
Felipão sabe que terá que dar sérias explicações quando voltar da África do Sul. Seu maior desafio agora, inclusive é esse: convencer sua amada que sua escolha é sua maior prova de amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário