Ontem a tarde bati um papo rápido com o Wianey. Para quem não sabe, o Wianey é comentarista da Rádio Gaúcha e colunista esportivo do Jornal Zero Hora. O papo foi pelo twitter, que também para quem não sabe, é uma ferramenta que nos possibilita trocar ideias com qualquer pessoa, desde que tais ideias não ultrapassem 140 caracteres, e que ambas as pessoas façam parte do mundo “twitteriano”. Em outras palavras, o twitter é a forma mais fácil de trocarmos algumas palavras com as pessoas que admiramos e não temos contato.
Introduções e explicações a parte, a questão é que o Wianey se queixou no twitter. Disse que não agüenta mais ser chamado de gremista pelos colorados, e de colorado pelos gremistas.
Eu, obviamente, acho que o Wianey é gremista, mas segundo ele, ele não torce para ninguém. Wianey inclusive pediu que seus seguidores, ou amigos de twitter, lhe dessem um motivo para que ele fosse gremista ou colorado. Eu dei um motivo para o Wianey. E foi ai que iniciou nosso breve diálogo.
Minha explicação foi simples e objetiva, disse que antes de comentarista ele era um ser humano, apaixonado pelo futebol, e que para ser apaixonado pelo futebol, deveria ao menos, na sua infância, ter torcido por algum clube. Wianey respondeu, disse que isso não era uma regra e que não compartilhava da minha ideia. Segundo ele, sua infância foi afastada do mundo futebolístico, circunstância essa que fez com que crescesse sem paixão por clube algum.
Eu não acreditei, falei para ele pensar no assunto e ele respondeu que não tinha o que pensar. Por fim dei a ideia para ele escrever um texto sobre nossa pendenga e encerramos a conversa.
Não sei se Wianey pensou ou não, muito menos se escreveu algo sobre. Porém, mesmo não acreditando que ele tenha crescido sem clube, tentei entendê-lo. Perguntei-me: não poderia Wianey Carlet falar de futebol racionalmente, sem estar preso a clube algum, da mesma forma que um ateu fala sobre a religião sem estar preso a crença alguma?
Assim, fazendo uma comparação entre futebol e religião, concluí que a relação de Wianey com o futebol é a mesma que os ateus possuem com a religião. Wianey não tem clube preferido, encara o futebol racionalmente, e provavelmente acha uma bobagem o fanatismo do torcedor. Os ateus, no caso, também não pertencem a seita religiosa alguma, encaram a religião racionalmente e acham uma grande falta de reflexão o fanatismo religioso.
Ainda acredito que Wianey tem seu clube preferido, mas como ateu que sou, e dentro da minha respeitosa racionalidade, devo respeitar suas palavras. Wianey se posiciona diante do futebol, exatamente como os ateus se portam perante a religião: sem amarras, sem paixão e com muita razão.
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