E conseguiu facilmente, sem muita encheção de saco. Foi simples e direto: disse que antes de ficar na frente da TV, trocando de canal durante uma hora sem assistir um programa por inteiro, preferia ler 20 páginas de um livro. É bem mais produtivo disse ele.
Não precisei de muita reflexão para concordar. Pensei no tempo que ficava trocando de canal, e corri à biblioteca retirar meu primeiro livro. Encontrei "O Estrangeiro" de Albert Camus, livro que tanto meu colega Mafissoni, como o Juremir já haviam me falado muito bem.
O pior, é que é bom mesmo. Li ele em dois dias e fiquei com gosto de quero mais. Claro que não estou lendo como o Coimbra, que diz devorar três livros quase que simultaneamente, nem como o Mafissoni, que já leu o "Ser e o Nada" do Sartre duas vezes, mas estou disponibilizando uma hora do meu dia a leitura. Já li dois livros sem muito esforço e estou na metade do terceiro, um verdadeiro recorde pra mim.
Minha ideia sobre a necessidade da leitura para o exercício da filosofia continua inabalável, mas tenho de admitir que ler nem é tão ruim assim. É legal, às vezes até meio psicodélico. Vira e mexe me vejo envolvido num mundo completamente distinto do meu, louco para ver o que vai se passar na próxima esquina descrita na próxima página.
Ler ainda não é um dos meus passatempos favoritos, mas antes de assistir a novela das seis, das sete e das oito, prefiro viajar por uma hora nas linhas de Camus, Sartre e Kafka. Paulo Coelho? Humm...não sei não, acho melhor trocar de canal. Que tal a TV ESCOLA?