quinta-feira, 1 de abril de 2010

A (Re)educação.

Um dia quero ter um filho. Pode ser uma filha claro. Já pensei em adotar uma criança. Fiquei com medo. Não sei ainda quanto realmente a genética influencia na personalidade. Vai que o pai, a mãe, os avós, os bisavós e os tataravós da criança são gremistas. Vai que a genética dele é azul. Não, não vou arriscar. Aceito tudo, menos que meu filho seja gremista. De gremista chega a Camila, minha namorada. Porém ter a namorada gremista é compreensível, até excitante. Afinal, todo colorado adora “f...r” com o Grêmio. Mas filho...filho não. Filho não pode. Filho tem que ser do mesmo time que o pai. Nada pior para um pai que ter um filho contrário ao seu time. No caso das mães, elas não se importam muito com futebol. Prova disso é que tenho uma amiga colorada que diz que vai deixar sua filha escolher o clube do seu coração. Não preciso dizer que ela é mãe solteira. Provavelmente, não tendo o pai por perto, a filha será corrompida por um gremista próximo. Mas tudo bem. Faz parte. Como disse, mães não se importam com a preferência clubística de seus filhos.


Mas enfim, quero um dia ter um filho. E quero ter um filho para ter a experiência da educação. Tudo bem, sei que daqui uns dias serei professor e terei na minha frente centenas de alunos que o sistema me colocará como responsável. Porém, tenho dúvidas diante dessa nova possibilidade de educação. Não sei até que ponto é possível reeducar. Reeducar é difícil.


Sempre acreditei, por exemplo, que a educação viesse do exemplo. Quando somos crianças até acho que isso funciona, afinal muito do que o filho é, está vinculado com aquilo que viveu e viu nos seus pais. Porém, depois de crescidinhos isso não vale. Se valesse, deveria acreditar que quando um dependente químico morre devido ao seu vício, seus amigos dependentes deveriam se espelhar na morte e parar com o uso de tais substâncias. Mas isso não é verdade. Tenho amigos, que direta ou indiretamente já não existem mais devido ao uso de drogas, e nem por isso seus parceiros de “drogatina” pararam de consumir as substâncias malditas. O exemplo assim, parece não ser muito eficaz na reeducação.


Falo da reeducação porque tenho algo para decidir sobre um amigo no dia de hoje. Ele é meio irresponsável, daquele tipo que marca as oito, liga as nove dizendo que vai chegar as dez, e aparece as onze esquecendo do que tinha que trazer, que era a cerveja. Gostaria de reeducá-lo, tanto para o seu bem, como para o meu, afinal, ninguém gosta de esperar.


Enfim, a situação é a seguinte: meu amigo volta para casa todo final de semana com o ônibus da faculdade. No caso, como amanhã é feriado, ele deveria voltar hoje. Deveria, mas não sei se volta. Hoje não tem aula, ou seja, o ônibus que ele pega não estará a sua disposição. E aí que surge minha dúvida. Devo avisá-lo? Ou devo deixá-lo aprender com a vida? Deixá-lo que o pensamento lógico aflore e ele se toque? Claro que minha vontade diz para avisá-lo, mas será que às vezes não devemos ir contra a vontade por um bem maior? Diversas vezes ouvi meu pai se lamentar dizendo que não queria me bater, mas que era necessário. Não sei se realmente era necessário, mas acredito até que fui bem educado. Ao menos sou colorado como ele, o que já é um bom sinal. Sinceramente, não sei o que fazer. Mas acredito na racionalidade. Acredito que ele, observando que não terá aula hoje à noite, concluirá que também não haverá ônibus, e assim, tentará outras formas de vir passar o feriado da Ressurreição do Filho do Homem que Nunca Existiu em casa. É isso. Ainda acredito na lógica e na vida. Vou seguir o exemplo do meu pai e contra minha vontade não vou avisá-lo. Como ele mesmo dizia: "é necessário".



2 comentários:

Héllen disse...

"Afinal, todo colorado adora “f...r” com o Grêmio."

DHSAUDYIHSAYDUGIADYUAISGDAY boa!(y)

Alexsander de Vargas...o Ale. disse...

Hehehe...