Andei pensando sobre esse ano que se finda e sobre o próximo que está por vir e cheguei a conclusões interessantíssimas. Ano que vem tudo promete ser diferente, embora na essência tudo permaneça igual.
Em 2010, diferente de 2009, teremos eleições. Os políticos de sempre baterão na nossa porta, prometerão “mundos e fundos”, se elegerão com nosso valoroso voto e voltarão daqui a dois anos para mais uma eleição. Eles até poderão ter novas caras, mas o filme será o mesmo.
Em 2010, igual a 2009, no mundo do entretenimento, teremos mais um BBB. Esta edição contará com alguns anônimos trogloditas midiamente perfeitos, e algumas anônimas que posarão na Playboy. A princípio o BBB 10 será igual aos outros, salvo o Pedro Bial, que estará um ano mais velho. As novelas, em 2010, serão incríveis. Em alguma delas está programado o primeiro beijo gay, mas que por questões morais, pode não acontecer. O Brasil é muito moralista ainda. Um beijo gay pode mudar o rumo da nação. Porém uma coisa é certa, com beijo ou sem beijo, as novelas mexerão com todo país e terminarão do mesmo jeito: o vilão preso ou morto, um coitado que sofre e termina bem e um final batendo recorde de audiência.
Já no mundo artístico será quase tudo igual. Algum artista famoso vai falecer, alguma atriz famosa vai aparecer sem calcinha numa grande festa e a Luana Piovani vai trocar de namorado.
Por outro lado, no mundo do futebol, 2010 será bem diferente de 2009. Em 2010 teremos Copa do Mundo, e em tempos de Copa, como sempre, tudo se modifica. Serão duzentos milhões de técnicos e técnicas (sim, até minha vovozinha escala a seleção) que crucificarão Dunga em caso de derrota ou que se emocionarão com a mesma voz de Galvão Bueno em caso de vitória. Depois da conquista, Lula receberá os campeões mundiais no Palácio do Planalto e juntamente com a candidata “replastificada” a presidência Dilma Roussef, cometerá a gafe de trocar o nome de “Dunga” por algum outro dos sete anões.
Por fim, depois da Copa e com um novo presidente eleito – quem será é o que menos interessa afinal tudo continua a mesma coisa - teremos em dezembro mais um Especial Roberto Carlos. Em 2010, o Rei promete inovar: cantará de branco, distribuirá rosas, e depois de cantar “Emoções”, levará ao delírio milhares de senhoras com mais de 60 anos.
Enfim, o tempo passa, os personagens mudam, mas as paisagens continuam as mesmas. Um Feliz Natal e ótimo 2010 diferentemente igual a todos.
Depois de aproximadamente um mês ausente, devido a um trabalho extra que garantirá meu carnaval 2010, estou de volta.
E olha que o mês foi tenso. Tivemos o fim do Brasileiro, com nós Colorados gritando Grêmio e os gremistas cantando Mengo, os estudantes de Brasília apanhando por justiça, e ainda o lamentável episódio do padastro demente e as religiosas cruéis que perfuraram com agulhas um menino de 2 anos na Bahia. Por aqui, as aulas terminaram, os vereadores elegeram um novo edil para presidir a Casa do Povo em 2010 e Planalto nunca teve um Natal tão belo e ruas tão esburacadas.
Só o Blog ficou parado, e tenho de confessar que estava com saudades. É divertido sentar, escrever e compartilhar ideias diariamente. Enfim, felizmente, estou de volta.
"Todo homem precisa de uma empregada" diria Neil Young. Eu no caso, tenho uma diarista. Preciso de uma diarista. Porém, minha diarista é especial. Ela parece estar criando um novo ramo no ramo das diaristas. Vejam que interessante: minha diarista tem uma funcionária, ou uma aluna se preferirem. Não cheguei a pedir maiores detalhes, mas pelo visto ela está em fase de testes com vistas num novo empreendimento. Tem tudo para ser dona do próprio negócio. Vejam só.
Dias atrás cheguei em casa no horário de serviço e lá estava minha diarista, parada e fumando, enquanto outra senhora fazia o serviço. Me disse que trabalhavam em conjunto. A senhora preferiu o silêncio. É a união do útil e do agradável, pensei. Enquanto uma fuma a outra limpa. Mesmo desconfiado, imaginei uma grande cooperativa de empregadas, correndo a cidade e limpando os lares em mutirão. No fim reuniriam o dinheiro arrecadado e dividiriam em partes iguais. Que lindo. Seria enfim, o primeiro passo em direção ao comunismo. O segundo passo seria tomar os meios de produção (a vassoura, o balde e os respectivos produtos de limpeza). Porém, e para variar, estava enganado.
Dias depois, voltei a minha casa "fora de hora", e encontrei minha diarista, novamente ociosa, e uma menina se empenhando no serviço. Perguntei da outra senhora. "Ela não servia" me respondeu. Me assustei. Pensei na exploração do trabalho infantil, no trabalho escravo, na criança fora da escola. Me explicou que estava somente ensinando sua sobrinha a ganhar seus primeiros trocados. "Ela já está crescidinha, na hora de começar" disse ela. Aos poucos me tranquilizei. Entendi o novo empreendimento da minha empregada. Ela inaugurou uma escola. Uma escola moderna, voltada desde cedo ao mercado, bem mais prática que teórica. Ali as alunas (99% são alunas e 1 % não sabe) já ganham uns trocados para aprender. O salário? O salário é a metade do valor do dia de serviço, e a mensalidade, lógico, é a outra metade. Marx chamou isso de mais valia, minha empregada mesmo sem querer chama de educação com vistas no mercado selvagem capitalista, e eu chamo de...bem, eu como o Neil Young, sou homem, e preciso de uma empregada.
Tá bom, eu me rendo. Vou esquecer 1996, quando o Grêmio perdeu de propósito para o Goiás em casa tirando o Inter das quartas de final do Brasileiro, e dizer aqui que o Grêmio é incrível. Como gremista, inclusive, estou invicto. Com a camisa tricolor possuo 3 empates e uma vitória. Tenho ainda mais um jogo como gremista pela frente no Maracanã e espero me manter invicto. Eu como colorado ainda não consigo entender o que o Grêmio está fazendo.
Sinceramente não acredito que exista um gremista sensato se quer no mundo, que ontem gostou de ver a vitória tricolor. Vejam que o Grêmio não tem mais o que fazer no campeonato, a não ser ajudar o Inter. O tricolor está livre de tudo: não pode ser rebaixado e não pode chegar a Libertadores. Ele só tem que cumprir tabela, e mesmo assim, insiste em jogar, vencer, e como ontem, triturar o adversário. Estou chegando a conclusão que o torcedor gremista ou é maluco, ou torce mesmo para o Rio Grande do Sul. O público ontem foi de quase 15 mil pessoas, e os torcedores pareciam torcer de verdade para que o Grêmio vencesse. Eu confesso, que na situação contrária, vaiaria meu time na hora do gol e protestaria no portão 8 ao final da partida. Repito, não existe porque o Grêmio vencer. Com a vitória de ontem, o Grêmio deu uma contribuição enorme para o Colorado disputar a Libertadores em 2010. Já imaginaram o Inter ficar com a quarta vaga na Libertadores e vencer a América ano que vem?
Decidi fazer uma promessa: se o Inter for a Libertadores e erguer novamente o caneco, vou fazer uma faixa agradecendo ao Grêmio, e desfilarei com a camisa tricolor. É o mínimo que posso fazer. Estou ainda com sangue azul correndo nas minhas veias e saboreando a vitória tricolor diante do "Porco Verde". Foi um massacre. Obrigado Grêmio.
Como todos sabem, sou apaixonado por futebol. Já pensei muito 0 porque de tal paixão, mas confesso que não cheguei a conclusão alguma. Minha melhor justificativa é porque ele é imprevisível. Somos avessos a certezas. Quase tudo na vida é assim. O que nos move é a imprevisão, a não garantia, o inesperado. Quando temos certeza, perde a graça. E o futebol é incrível por isso, ele nos prega peças inimagináveis, é imprevisível, inconstante, surpreendente.
Já vi de tudo no futebol. Vi o Liverpool empatar e vencer o Milan nos pênaltis depois de estar perdendo por 3 a 0; vi o Manchester virar contra o Bayer Munique em 2 minutos uma final da Liga dos Campeões, e vi inclusive um time gaúcho, que eu jurava jamais ter de torcer a seu favor, ganhar um jogo com sete homens em campo, quando tinha um pênalti a ser cobrado contra. Como disse "jurava jamais ter de torcer a favor", e como também disse "o futebol nos prega peças".
Pois, dois anos depois desse mesmo time fazer algo inacreditável, inacreditavelmente me vi obrigado a torcer por ele. Para piorar um pouco meu calvário, tinha de torcer contra o meu clube do coração. Tudo para ver o Corinthians na segunda divisão.
Nunca sofri tanto. Tinha de torcer contra o vermelho e a favor do azul. Como foi difícil gritar é gol do Grêmio ou no fim dizer "viva o Inter perdeu". No fim daquela tarde sofrida e feliz de domingo - afinal tudo deu certo e o "Timecão" foi rebaixado - achei que jamais precisaria torcer novamente para o tricolor gaúcho. Porém, entretanto, mas, contudo, não obstante de, o futebol nos prega peças. Novamente me enganei. E novamente me vi obrigado a vestir azul para sorrir vermelho. Para piorar, acreditem, não precisei torcer para meu rival da Azenha apenas uma vez esse ano, mas várias. Serão quatro jogos com a camisa tricolor no peito. Nos dois primeiros consegui dois bons empates, e hoje, tenho mais um duelo contra o Palmeiras.
Por fim, na última rodada, enquanto meu Inter pegará o rebaixado Santo André em casa, estarei eu com um olho no Maracanã torcendo novamente para o tricolor diante do Flamengo. Tudo por uma possível vaga na Libertadores, ou ainda por um improvável e quase impossível título. Se bem que o futebol nos prega peças e nele tudo é possível. O que importa e o que me angustia, é que hoje, novamente para meu desespero e benefício futebolístico, vou torcer como nunca para o meu co-irmão. Vamos atropelar o Palmeiras.
Hoje, envolvido nessa tragédia chamada vida e diante dos deuses traidores e imprevisíevis do futebol cantarei: Tricolor, tricolor, tricolor...
Fazia tempo que estávamos juntos. Há tempos que nossos corpos, principalmente línguas e bocas se envolviam. Ela sempre mais submissa do que ativa, me cuidava como ninguém. Delicada, me proporcionava poder aspirar a refrescante natureza.
Porém, já não era mais a mesma. Já não tinha o mesmo capricho que tinha me feito se apaixonar. Estava batida, velha, maltratada. Não por mim, mas pelo tempo. Eu sempre a havia prestado todos cuidados, mas o tempo, aquele maldito curso inevitável da existência, tinha se encarregado de destruí-la.
Quando a encontrei, escabelada e suja, deitada sob a piá do banheiro, não tive dúvidas em substituí-la. Era o momento certo. Eu não precisava ter visto aquilo. Ela, um dia tão bela, estava em fase terminal. Eu tinha enfim, justificativas para dela me separar. Corri ao mercado: comprei uma nova escova de dente.
O mundo anda mesmo complicado. Dias atrás ouvi de uma futura professora de Matemática este fabuloso comentário: "eu é que não vou ficar fazendo contas". De uma conversa com uma estudante de Direito surgiu a seguinte pergunta: "mas você só sabe falar de justiça?". E de uma pedagoga tive de ouvir esta pérola: "eu odeio a sala de aula".
Demorei para entender como estes seres foram optar por tais ofícios, mas tudo é possível hoje em dia. Deve inclusive existir por aí: médicos com medo de sangue, dentistas com aversão a gengivas, políticos mais interessados no próprio bolso que com o bem comum, e padres que fogem do celibato. Eu até ousaria dizer que devem existir filósofos não críticos. Mas estes eu garanto que não existem. Se alguém se intitula filósofo e não é crítico, pode ter certeza: não é filósofo. Pode sim, existirem professores de Filosofia avessos a criticidade, mas esses são apenas professores e não filósofos.
Em tempos de confusão total fica até difícil fazer essa separação, mas ela existe. Ensinar história da Filosofia não é ser filósofo, é ser historiador. É dar respostas e não fazer perguntas. É dizer, ao invés de despertar o interesse.
Causei, tempos atrás, furor na Universidade, quando disse para um professor de história da Filosofia, que para ser filósofo a leitura não era necessária. Claro que falava da leitura dos livros e não do mundo. Mas mesmo assim foi difícil para ele entender. E o pior é que não precisa mesmo. Sou tão convicto disso que afirmo que a leitura, ao contrário de aproximar, afasta os que ousam filosofar. Infinitos nomes de autores e vocabulários entendidos a base de dicionários não promovem a Filosofia, mas sim, afastam os interessados por ela.
Eu confesso, sou avesso a leitura. Prefiro observar e pensar. Claro que leio, mas prefiro fazer a leitura da existência nua e crua, do que a leitura de livros. Da mesma forma que os bons matemáticos adoram fazer contas, os bons advogados adoram falar de justiça e os bons pedagogos buscam prezar pela qualidade do ensino, os filósofos adoram perguntar.
Falo dos bons né, porém, muita gente ruim anda por aí...e o mundo?
Bem, o mundo anda muito complicado, e decidir a profissão não é mais uma questão de vocação, mas sim de ganha pão.
Fui recusado. Não eu, mas meu pré-projeto. Sim, tinha um pré-projeto educacional, baseado na experiência de um colega em sala de aula, mas ele foi recusado.
Meu pré-projeto era simples. Embasado no PPP, Plano Político Pedagógico, que é elaborado pela Escola, ele tentaria da melhor maneira possível, aproximar meus futuros alunos dele.
No PPP consta, resumidamente, todo o projeto da Escola. Consta ali, mais precisamente falando, o que a "Comunidade Escolar" espera de seus alunos após a respectiva formação. O PPP é como uma Constituição: linda, bem formulada, e voltada ao social. O problema do PPP, também é similar ao de toda Constituição: fica tudo só no papel. E foi ousando querer tirar as coisas do papel que fiz meu pré-projeto. Meu primeiro erro foi esse. No sistema, tirar as coisas do papel é ofender. Você é chamado de revolucionário, anarquista, comunista, sonhador, e outros adjetivos mais, que os ofensores nem sabem direito o que significam.
A base e a justificativa do meu pré-projeto era bem simples: já que a Escola prega em sua "Constituição" que devemos formar alunos críticos e politizados, nada mais justo que façamos política dentro da escola. E fazer política é indagar sobre o que ocorre. É compreender e tentar melhorar. É ser crítico e ativo. É enfim, no caso da Escola, ir de encontro com aquilo que ela mesma diz sonhar de seus alunos.
Como disse, essa ideia quem teve foi um colega de faculdade, que a colocou em prática e consegiu através dela obter tudo aquilo que a política deve ter em sua essência, ou seja: adesão consciente das massas, no caso dos alunos, e confronto com os governantes, no caso a direção.
Lá os alunos achavam justo, mascar chicletes, tomar água livremente e tirar a bunda da cadeira quando necessário. Lá eles não podiam fazer isso. Reinvidicaram, elaboraram argumentos; se uniram, viram a necessidade burocrática de eleger um líder; foram a direção, convocaram o representante maior para uma reunião.
Reunidos, tiveram quase todas suas propostas rechaçadas. Decobriram que o sistema é cruel, injusto. Mas fizeram política. Hoje, podem tomar água livremente, e embora não tenham atingido todos seus objetivos, lá, naquela escola, quem sabe pela primeira vez na história, se chegou mais perto do Ideal que a própria escola propõe.
Meu pré-projeto visava mais ou menos isso, mas como disse ele foi recusado. O sistema acadêmico não aceita experiências. Na Universidade você não pode falar, senão através da boca de quem já disse. Você não pode dizer eu acho, só pode dizer "como disse Fulano de Tal". Na Universidade não existe política, não existe crítica, existe repetição. Você repete repete repete, até que um dia, depois de atingir "doutorado em repetição", pode falar sozinho. Você atinge a livre docência.
Vou refazer meu pré-projeto. Meu tema será: "A necessidade da repetição para a manutenção do sistema". Meio redundante, mas será aprovado. Podem ter certeza disso.
Primeiro foram os joelhos. Sim os joelhos. Jamais eles apostariam que seus membros articulares inferiores, até o momento tido como insensíveis, pudessem dizer tanto. E os joelhos diziam. Eles se encostavam, roçavam um ao outro. A freqüência, às vezes rítmica, às vezes descompassada, fazia apenas aumentar aquela sensação, que embora indefinível na sua totalidade, os faziam crer naquilo que não acreditavam. Progressivamente os joelhos deram lugar as mãos. As mãos, sabiam eles, eram muito mais sensíveis que os joelhos. Eles já haviam outrora se dado as mãos, já haviam apertado umas as outras. Sabiam da energia que as mãos possuíam. Mas jamais haviam se dado as mãos após sentirem os joelhos. Ficaram longos minutos ali sentindo os joelhos, as mãos, os dedos. Sentiam-se literalmente envolvidos numa orgia “tatal”.
Abrindo seus os olhos, mas sem largar as mãos e sem afastar os joelhos, voltou-se a ela. Ela já voltada a ele, parecia estar em sono profundo encoberta por um sonho bom. Admirou-a por alguns segundos e a contemplando, sorriu. Seu sorriso apaixonado foi surpreendentemente retribuído. Ela não dormia, ela o esperava.
Envolvidos e confusos por olhos, sorrisos, mãos e joelhos, e temperados pela lua que lá de fora os iluminava, vagarosamente se aproximaram. Deixaram suas bocas se levarem. Quando se preparavam para saborear aquele que seria o mais delicioso dos beijos, o inesperado acontece. Como uma maldição vinda dos “deuses desamorosos” o bendito trem parou. Haviam chego à maldita parada. Joelhos, mãos, sorrisos, olhos e bocas foram jogados ao léu. Nunca uma parada foi tão odiada.
Ali desceram, e friamente, de longe se despediram. Juntos a distância, sonharam noutro dia se encontrar...na mesma parada, no mesmo banco, com joelhos, mãos, olhos, sorrisos, bocas...e quem sabe o tão esperado beijo.
Quem trai? Quem oculta um desejo "demonstrando" fidelidade, ou quem sacia o desejo sem nada esconder?
Não é de hoje que penso sobre a monogamia, a fidelidade e a traição. Teoricamente, e aqui é bom frisar "teoricamente", sempre afirmei que amar é querer o bem do próximo. Assim, não é difícil de entender, embora seja dificílimo de aceitar, que a pessoa que juramos amar, seja feliz também com outra pessoa que não a nossa. Em outras palavras quero dizer que traição na verdade não se configura quando exercitamos nossa vontade, mas sim quando ocultamos nossa vontade. É na ocultação da vontade que se origina a mentira, a omissão e a infidelidade. Amar é saber que a pessoa que amamos está sendo feliz onde quer que ela esteja. É não ter ciúmes, é entender e respeitar o desejo e a individualidade do próximo.
Claro que é complicado para nós, cristãos caucasianos ocidentais, aceitar uma coisa dessas, mas é isso mesmo. Minha pergunta inicial pretende nos fazer refletir sobre isso. Quem trai afinal? Traí aquele que sacia o desejo, mas que sinceramente conta ao seu amor da sua experiência extra conjugal? Ou trai aquele que deseja, mas que porém nega tal desejo ao ponto de negligenciar a si mesmo suas vontades? Não estaria este traindo além do próximo, também a si mesmo? Ou por fim, trai aquele que consuma um ato físico ou trai aquele que mente sentir algo por alguém que nada mais sente?
Tudo isso me veio em mente essa semana quando indagado por uma bela moça sobre como seria minha relação conjugal perfeita, respondi que ela seria com liberdade, responsabilidade, sinceridade e amor. Liberdade para cada um fazer o que bem entender, respeito e sinceridade em poder tudo revelar sem que aquele pecado moralista cristão batesse em nossa sensibilidade, e amor em saber que embora feliz muitas vezes comigo ela ainda mantém vivo aquilo que me fez aproximar dela, ou seja, sua particularidade, seus desejos e suas vontades.
Já disse e repito, é difícil de entender, de compreender, de sentir esse estranho amor. A monogamia está em nossas raízes mais profundas. Mas já é possível ver hoje casais vivendo dessa maneira. Se felizes ou não, isso é outra história, mas com certeza tais casais vivem uma relação mais sincera que a maioria dos infelizes e ilusórios casais monogâmicos.
Estamos na semana Grenal. Semana Grenal é sempre cheia de dúvidas, provocações, mistérios. Isso por parte dos jogadores e dirigentes. Já para nós, torcedores e amantes do futebol, ela é nervosa, tensa, angustiante. O Grenal de domingo, além de todos os ingredientes que alimentam por si só um Grenal, possui caráter decisivo.
Vejam que interessante: cinco pontos separam Inter e Grêmio e cinco pontos separam o Colorado do líder Palmeiras. Meu palpite é o seguinte: se der Inter, o Colorado garante uma vaga na Libertadores, tendo o jogo contra o São Paulo na próxima rodada no Morumbi, como uma disputa pelo título. Em outras palavras meu palpite é que se o Colorado vencer Grêmio e São Paulo, será Tetra Campeão Brasileiro. De quebra, como sobremesa, tirará as chances do rival de entrar na Libertadores.
Por outro lado se der Grêmio, o tricolor vai para a Libertadores, ficando eu arrisco dizer, com a vaga que seria do Colorado. Digo isso, pois o Grêmio pega São Paulo e Palmeiras no Olímpico, lugar onde não perde a mais de 400 dias.
O empate acredito eu, deixa o Inter bem perto da Libertadores, mas tira suas chances de título. Já o empate ao tricolor o deixa bem longe do G-4. Porém, Grenal meus amigos, ninguém quer empatar. Acho que deveriam até proibir empate em Grenal. Empatou? Vai pros penaltis. Grenal é guerra e em guerra sempre há um vencedor.
Tudo isso não matematicamente falando claro, mas psicologicamente. Vencer um Grenal arruma a própria casa e desarruma a casa alheia. Não são apenas "seis pontos", é a honra e a glória que estão em jogo.
Para nos tirar um pouco a tensão do clássico temos no próximo final de semana a Oktoberfest de Alpestre - RS. Começa sexta dia 23 e vai até dia 25, dia do Grenal por sinal. Serão três dias de muito chopp e alegria, nesta que já é uma das maiores festas da região do Médio Alto Uruguai. Tudo bem que domingo vai ser complicado tomar chopp com a bola rolando no gramado do Beira - Rio, mas quem sabe, um pouco de chopp nos tire um pouco a angústia e o nervosismo que o maior clássico do Brasil nos desperta.
"Eco eco eco cada um com seu caneco" "Ado ado ado quero um chopp bem gelado".
Bom Grenal e ótima Oktoberfest a todos, lembrando que: "se beber não dirija" e "se dirigir ande bem devagar".
Adoro a moda. Amo de paixão. Juro. Gosto da moda pela sua complexidade. É difícil de entendê-la. O feio hoje é bonito amanhã, e o ridículo, de uma hora para outra torna-se socialmente aceitável. Eu não entendo, nem ando na moda. Mas observo. Sou um ótimo observador. A moda atinge homens e mulheres de formas diferentes.
Os homens são levados pela moda quando o assunto é automóvel e o som que deve rolar em seu interior (ou seria exterior?). Todo homem para estar na moda, deve ter um carro e um bom equipamento sonoro para curtir o som da moda. Descobri esse final de semana que o som da moda é o techno brega. Por onde passava via homens “auto som motorizados” bombarem seus auto falantes com aquele som meio “nordestino”, meio “vídeo game anos 80”. Tudo pela moda, e pelas mulheres lógico. Mulheres e homens por sinal combinam bem onde não poderiam combinar.Homens andam na moda para as mulheres e as mulheres que deveriam andar na moda para os homens, andam na moda também para as mulheres.
As mulheres inclusive não se preocupam muito com carros e sons, provavelmente porque possuem os homens pra isso. Mulheres se preocupam mais com as roupas e os respectivos acessórios para o corpo. Eu confesso que me divirto muito em observar a moda feminina. Descobri também no final de semana que a moda do momento é as mulheres usarem uns vestidinhos volumosos, onde mais parecem estar usando fraldas. Nada contra as fraldas, mas convenhamos, é muito brega parecer estar usando fraldas. Se bem que o brega está na moda. Estou pensando em andar na moda. Vou voltar a usar fraldas...e escutar "Dejavú". Viva a alienação.
Ontem voltei a ler um livro que havia começado há um tempo atrás. Tenho um grande defeito com a leitura: começar e não terminar. Leio geralmente umas cinquentas páginas e largo de mão. Já pensei que posso sofrer de deslexia o também que sofra de preguiça aguda, mas sem muito estress vou levando a vidinha desse jeito. A questão é que voltei a ler Jean Jacques Rousseau, e seu livro sobre a origem da desigualdade entre os homens.
Ele, que inicia seu livro dizendo que as verdades não estão contidas nos livros e sim na natureza, o que me fez ter um orgasmo literal, tenta mostrar, e de certa forma mostra muito bem, que o homem, ao contrário do inglês Thomas Hobbes, não é nem bom nem mau naturalmente. Ele simplesmente é.
E simplesmente sendo, e tendo naturalmente tudo que a mãe natureza lhe forneceu para sobreviver, não necessita atacar o próximo ou temê-lo como dizia o inglês. do Leviatã. O estado de natureza, ou seja, o homem em seu estado mais animal, é um estado de paz e não de guerra.
Como os animais, os homens em seu estado natural não possuem famílias. Eles se desvenciliam da fêmea logo que não necessitam mais de seus cuidados e partem para suas vidas solitárias. Assim, pouco tempo depois nem reconhecem mais seus familiares, fazendo com que o sentimento de amor familiar não seja reconhecido no estado de natureza. O que naturalmente temos é piedade. Piedade diante das dificuldades do próximo, o que faz com que reine a felicidade mútua entre todos aqueles que se debatem nesse mundo verdadeiramnete animal. Pergunta ele: "desejar que alguém não sofra que outra coisa é senão desejar que seja feliz?"
Rousseau, afirma que o erro de Hobbes foi considerar as necessidade de satisfazer as paixões uma questão natural, quando na verdade essa é uma questão social. Segundo ele: "Hobbes não viu que a mesma causa que impede os selvagens de usar a razão, também os impede de abusar de suas faculdades. Os selvagens assim, não tem como serem maus, pois não sabem o que é ser bons".
O francês continua argumentando e afirmando, que não é o desenvolvimento da razão nem o freio da lei que impedem o homem de fazer o mal, mas sim, a calma das paixões e a ignorância dos vícios que o levam a isso. Assim, é a razão, a reflexão, a sociedade e as leis, as causas dos males. Diz Rousseau: "O homem selvagem por falta de sabedoria e razão, entrega-se irrefletidamente ao primeiro sentimento de humanidade. É a piedade que fará com que um selvagem robusto não tire de uma criança fraca ou de um velho inválido seu alimento".
Sinceramente não sou fã da leitura, tenho dificuldade em me entregar. Prefiro pensar e escrever do que ler. Não sei se terminarei de ler Rousseau, mas confesso que a forma como ele fala é apaixonante, bela, fantástica. "O homem que não fala não tem ideias" diz ele, e pelo que parece dizer, ter ideias foi a pior ideia que o homem já teve. Continuarei a leitura, eu espero, mas confesso que minhas ideias sobre a natureza do homem estão sendo abaladas.
Parece que depois do impasse entre os "moradores construtores da ponte" e o DAER, uma empresa acabou por ganhar a licitação. A obra tem previsão de ser concluída ano que vem, concidentemente ano de eleição claro. Fico me perguntando o que seriam dos humoristas sem os políticos. Acho que morreriam de fome.
Existem certas coisas que não consigo entender. Devo ter algum parafuso a menos. Semana passada vi Obama, não confundam com Osama, ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Não tenho a mínima ideia porque, mas sei que para comemorar, a Nasa explodiu a Lua. Alguns dizem que foi para encontrar água, outros que foi a última tentativa de matar o Bin Laden. Eu a princípio, acredito que foi apenas mais um foguetório comemorativo americano.
Americano por sinal, é doido para aparecer. Eles adoram o inusitado, causar grandes impressões, mostrar ao mundo que podem tudo. E já que não impressiona mais ninguém os EUA explodir algum território do nosso Planeta, logo, explode-se a Lua.
Geograficamente mudando de assunto, mas sem muito entender, vi dias atrás que moradores de Ametista do Sul decidiram fazer artesanalmente as cabeceiras da ponte que liga Ametista à Frederico Westphalen. Quando li a notícia cantei a pedra: o DAER interditaria a obra. Não deu outra. Questão de segurança lógico. O governo é ótimo em interditar, péssimo em fazer. Não sou contra a segurança e a interdição da ponte, mas me pergunto se é mais perigosa a ponte ou as estradas esburacadas espalhadas pelo Estado.
A ponte, como quase toda obra do governo, curiosamente começou a ser construída em ano de eleição e promete ser finalizada em ano de eleição. Não no mesmo ano claro. É interessante, mas o intervalo entre o início e o fim da obra é sempre múltiplo de quatro. Inicia-se a construção, e depois de quatro, oito, doze, dezesseis, ou vinte anos , se concluí a obra. Ou também não se concluí.
Mas existem outras coisas que não em entram na minha enorme cabeça: não entendo porque os pais aplaudem suas filhas, ainda crianças, quando elas dançam funk, e mais tarde as condenam quando precocemente entram na vida sexual; nem porque as já crescidinhas meninas gritam "lindos" para dois marmanjos não universitários num show sertanejo universitário, e nem porque a maioria das mulheres funkeiras universitárias ainda tem preconceito com o próprio corpo. É incrível, mas embora "dancem até o chão" desde pequeninhas, quando o assunto é masturbação as coisas complicam.
Não entendo enfim muita coisa, mas tenho uma certeza: a terceira palavra que a criança aprende na infância é "Coca" e papai e mamãe ainda possuem a preferência de seus filhos, até claro, apresentarem o DVD da Xuxa aos seus baixinhos.
Descobri algo interessante. Descobri porque as novelas são longas. A duração das novelas é proporcional a duas coisas: a primeira pela sede do autor em torturar o espectador, em deixar ele apreensivo, louco para saber o que vai se passar no capítulo seguinte; a segunda pelo fato do próprio autor não saber como encerrar o mistério.
É por isso que todo final de novela geralmente é chato. Acabam-se os mistérios e tudo termina do jeito que todo mundo sabia que ia terminar.
Descobri isso ao escrever "Os gemidos de Clara", que embora não saiba realmente se é um conto, uma novela ou apenas algumas linhas mal traçadas falando nada com nada, me fascina em querer enrolar o leitor e me atormenta por não saber como devo terminar a estória.
Estou confuso. Queria um final interessante, diferente, envolvente, sem cair na mesmice de todo final, mas não sei como encerrar.
Deveria eu transar com Clara, e enfim ouvir seus misteriosos gemidos? Ou deveria traçá-la sem ouvir um gemido portenho sequer? E se isso acontecesse? Deveria me suicidar por tamanha frustração? Ou quem sabe Clara deveria morrer antes? Morrer gemendo sem transa alguma. Ou deveria ela morrer silenciosamente, fazendo assim com que eu morresse sem saber dos seus gemidos? Enfim, o que devo fazer com Clara meu Deus? Deus? Será que Clara acredita em Deus?
Santo Sudário, famosa mortalha que, segundo a tradição cristã, teria envolvido o corpo de Jesus Cristo, não passa de uma fraude. A conclusão foi divulgada hoje por um grupo italiano especializado em derrubar mitos.
A chamada Comissão de Inspeção de Alegações de Paranormalidade, um grupo italiano, assegurou nesta segunda-feira que cientistas conseguiram reproduzir a mortalha recorrendo a materiais e métodos disponíveis no século XIV.
A comissão anunciou dispor de evidências suficientes para afirmar que o sudário não passa de uma falsificação medieval. Em 1988, cientistas usaram o radioisótopo de carbono 14 para determinar que a mortalha datava de algum momento entre os séculos XIII e XIV.
No entanto, a polêmica persistiu porque os especialistas não haviam sido capazes de explicar como fora produzida a imagem.
O manto em questão revela a imagem borrada de um homem com sinais de crucificação. Os católicos creem que a imagem de Cristo ficou registrada nas fibras da mortalha no momento de sua ressurreição.
Não lembro de ter usado o Blog para promover uma festa ou chamar o povo para gastar seu precioso dindin em algum evento. Isso porque são poucos os eventos que realmente acho que valem a pena. Porém, como haverá um evento que realmente vale a pena, me permito a fazer aqui no Blog um "merchadising".
Embora eu não consiga entender o porque da diferenciação no valor do ingresso, afinal o que mais vejo na atualidade são mulheres reinvidicando direitos iguais, o negócio é mais ou menos o seguinte: se você for homem paga 15 reais; se for mulher paga 13 reais; já se você for homossexual paga o correspondente aquilo que carrega entre as pernas. Esse valor, é bom lembrar, é antecipado. Mas o que esse ingresso dá direito?
Bem, esse ingresso dá direito a você curtir a maior atração que Planalto e região terão no ano de 2009. Ouso a dizer que inclusive a badalada EFAPI, não trará aos amantes do Rock, prazer igual em sua agenda.
Enfim, quem pisará em Planalto, pela segunda vez na história, será nada mais nada menos que o pai do Rock n Roll brasileiro. Nada mais que Raul Seixas Cover.
Já tive o prazer de assistir a dois shows e a conversar com o maluco beleza. Tenho de confessar a vocês: é ele. Não, não é ele, mas tudo nele lembra Raul. Das roupas a fala, do jeito a voz. Raul parece ter encarnado o corpo deste ser, natural de Apucarana no Paraná. Cabe lembrar, para quem é telespectador do Faustão, que esse é o mesmo Raul, que em sua ida até a "plin-plin", fez um mini show de 9 minutos, onde na verdade deveria lá permanecer por apenas 30 segundos. Até o babaca do Faustão ficou de boca aberta para a semelhança existente entre o mito e a realidade.
O show é fantástico, basta ouvir e se deixar levar. Ele toca tudo, dos clássicos ao inusitado. É um show em que a galera canta junto e não precisa gritar "Toca Raul". O paranaense só toca Raul.
Apenas uma dúvida surge ao final do show: afinal, Raul morreu?
Ahhh...o show acontece na Electron dia 10 de outubro...e se inicia lá pela 23 horas e 30 minutos. Ingressos no Bar da Rosi, Cine Bar, Malu Beer e Restaurante Chapão.
Se existe algo que me chama atenção nas mulheres, além de seus belos corpos e suas respectivas curvas , é a amizade que cultivam.
Mulher não tem amiga. No máximo possui conhecidas...parceiras por algum tempo. Mulher não pergunta a outra: "como você está?", mas diz: "que linda, cortou o cabelo?"
Prova disso? Olhem o orkut.
Eu confesso que "adoro" e acho "mara" olhar as fotos no orkut. Principalmente os comentários nelas contidos. É muito sentimento, muito afeto, muita amizade ali declarada. É "amo" pra cá, "linda" pra lá e assim por diante. O problema é que amizade não se declara, amizade se sente, e infelizmente, só sentimos a amizade, quando nos deparamos com algum problema. Podem ter certeza: se você não se sente a vontade de ouvir seu "amigo", ou de contar algo a ele, logo , essa pessoa não é sua amiga. Quer saber quantos amigos reais você possui? Comece excluíndo todos aqueles que te elogiaram publicamente. Amigo não elogia, fala a verdade. E quando a verdade é um elogio, mesmo assim, o amigo não adjetiva, diz meus parabéns.
É por isso, que muitas mulheres que conheço, dizem preferir conversar com homens. Os homens ouvem as mulheres. E mesmo vocês não acreditando, falam a verdade a elas. Se existe alguma intenção por trás disso é outra história, mas os homens, por um momento dão à mulher aquela amizade que ela não encontra na amiga.
Claro que existem mulheres que são amigas umas das outras, em tudo existe exceção. Eu mesmo conheço duas mulheres que acredito fielmente serem amigas. Só não me perguntem se isso vai durar, afinal, nenhum mesmo homem cruzou seus caminhos até agora.
Os homens por outro lado, ou possuem amigos ou inimigos. E um homem, quando descobre no "amigo" um inimigo, jamais volta a ser seu amigo. É oito ou oitenta. Eles até podem voltar a conversar, sentar num bar, encher a cara e falar sobre assuntos fúteis, como a amizade das mulheres. Mas confiar algo...isso nunca mais. Homens são eternos rancorosos. Eles não esquecem a traição. As mulheres pelo contrário são atrizes natas. Conseguem fingir sorrisos, abraços e dizer palavras que as vezes fazem-nos pensar que além da amizade existe algo mais. Menos mal que é só dissimulação. Ou será que estou equivocado?
Vou contar uma estória prá vocês. Não sei se é verídica, mas alguns juram que ninguém teria tanta imaginação para isso.
Numa pequena cidade do interior do noroeste sul latino americano, existia um padre que, devoto de São Francisco de Assis, resolveu fazer uma festa em sua homenagem. Para lembrar São Francisco que em sua vida deixou seus bens materiais para pregar a palavra de Cristo, o devoto padre decidiu sortear o fusca da Paróquia. Era um belo gesto. Uma bela homenagem. O dinheiro da festa e do fusca, obviamente seria dirigido a obras sociais cristãs em benefício da comunidade, e o padre, como Francisco, a partir daquele dia pregaria a palavra de Deus a pé. Assim, sensibilizados com a fé e a devoção do padre diante dos valores cristãos, os fiéis se empenharam, e de mãos dadas, como num grande mutirão, se uniram para colaborar. Compraram e venderam rifas, doaram animais, fizeram tortas. Bingos antecederam o grande dia, e no dia da grande festa comemoraram muito. Comemoraram como se toda fé do padre estivesse incutida no coração de cada um. Quem fosse o ganhador do fusca pouco lhes importava. Para eles o que interessava agora era seguir o quase Santo Padre e com ele mostrar aos infiéis que um outro mundo ainda é possível. Cristo havia dito: “dê aos pobres tudo o que tens e siga-me” e era isso que o pároco estava por fazer.
Um dia após a festa, onde a chuva batia o lar parecendo divinamente querer esfriar os ânimos ainda exaltados dos cristãos, vem a terrível notícia: o padre havia sumido. Ninguém mais o tinha visto.
Onde poderia ele estar? A pé e com chuva ele não poderia estar longe. Seus amigos mais íntimos de nada sabiam. Seu celular não dava sinal. Teria ele morrido e ressuscitado como Cristo, porém em menos de 24 horas? Seria ele da linhagem de Jesus com Maria Madalena, ou seja, o parente mais próximo de Deus Nosso Senhor?
Toda comunidade se viu reunida em busca do padre perdido. Eram 16 horas e 50 minutos quando o sino tocou. Algo estranho, afinal o sino havia soado dez minutos antes do previsto. Havia missa todo dia às 18 horas e o padre jamais havia estado ausente. Alguns atentos supersticiosos religiosos pessimistas viram na soma dos números a besta simplificada, e havia lógica, afinal, a soma dava 66. Seria a besta anunciando a morte do mais novo santo e símbolo do Cristianismo?
Os nervos se acirraram, um padre vizinho é chamado para substituí-lo caso o santo padre não aparecesse. A última hora foi de apreensão. Dezoito horas e novamente o sino toca, agora no horário normal. Os fiéis entram, muitos em prantos. Alguns soluçam, outros cantam lacrimejando. Vários já possuem a medalhinha confeccionada de última hora em homenagem a São Chiquinho, por eles assim já denominado. Uma senhora diz ter curado a dor de cabeça. Dizia ter sido ela a última a ter recebido a benção do Santo Padre. Um senhor diz novamente enxergar depois de ter mergulhado seus olhos na pia batismal. Outro diz ter novamente levantado depois que Chiquinho o puxou pela mão dizendo que sim, ele tinha pernas e podia andar.
Eram 18 horas e 06 minutos, quando estaciona em frente à Sagrada Igreja uma Camionete. O sino interrompe a missa. Algo atípico novamente estava acontecendo. Todos olham para o padre, o padre olha pra fora. Todos olham para fora e o padre olha para o céu. O que sairia daquele belo automóvel? Todos temem o pior. Ela tinha vidros escuros, uma típica camionete de funerária, porém era vermelha, que se por um momento é um alento, faz piorar as coisas por lembrar o demônio e a anunciação da besta. De repente um menino entra na Igreja e tomando todas as atenções diz:
_Eco Eco, é ele.
_ Ele quem? - diz o padre no altar.
_ Santo Chiquinho – diz o menino.
Mal o pequeno, mas tenso diálogo se encerra, e todos vêem que o menino tem razão: era o Santo Padre. Ele desce da sua nova “carruagem vermelha” e lentamente cruza a todos em direção ao altar. Ao lá chegar, agradece e pede ao seu substituto que vá para o seu devido lugar. Já de posse do microfone celestial, pede desculpas pelo atraso e sem explicações continua a missa. No final da missa, um fiel atrevido, faz o que todos tinham vontade de fazer.
_ Com todo respeito senhor padre. Onde o senhor esteve? O que é aquela camionete vermelha? E afinal porque o sino tocou as 16 horas e 50 minutos?
E o padre calmamente responde:
_ Caros fiéis, passei minha vida andando a pé, ou de fusca como queiram. Penei muito em toda minha trajetória, e hoje não foi diferente. Saí ontem à noite embaixo de daquela chuva torrencial com uma adorável fiel que se dispôs a me levar no dia de hoje até a concessionária mais próxima. Saímos ontem para evitarmos comentários libidinosos a nosso respeito e no caminho paramos num lugar muito belo. Os vinhos custavam uma fortuna e o pão não existia. Não havendo pão e com fome tive de comer alguma coisa, mas prefiro não comentar. Foi sofrido comer só aquilo, mas foi suado, de se lambuzar. Estava delicioso, mas meu cansaço me impossibilitou de comer de novo. Hoje de manhã, acordei e tive de me enfiar numa banheira que inevitavelmente me fazia lembrar o quanto somos pecadores. Depois disso, fomos até a concessionária com o intuito de comprar essa camionete, e que, devido a burocracia veio somente ocorrer às 16 horas e 45 minutos. Quando finalizei o negócio, eufórico, pensei em ligar para minha família, porém apertei no controle remoto do sino a distância, o que fez soá-lo exatamente no horário mencionado. Mas vejam como Deus escreve certo por linhas tortas meus caros fiéis! Minha camionete custou RS 50.000,00 e possui motor 1.6, ou seja, Deus quis que ela fosse minha, e também desejou que todos vocês soubessem da minha felicidade às 16 hrs e 50 minutos, digo minutos. Essa camionete enfim, é um presente de Deus irmãos. E mais! A partir de hoje garanto a vocês que nenhuma fiel andará mais a pé. Pois se São Francisco doou sua vida a Cristo, tornando-se um andarilho pregador, eu prometo me tornar um motorista pegador, quero dizer, um motorista pregador. Darei meu corpo e minha camionete a vocês...mulheres de fé.
Os homens sem muito entender porque só as mulheres seriam beneficiadas, não indagaram o porque da preferência. Porém sentiram-se bem em saber que suas mulheres e filhas estariam protegidas. Já as mulheres por sua vez, sentiram-se lisonjeadas com tal gesto.
O sino soou pela última vez naquele tumultuado dia, e os os fiéis seguiram felizes até seus lares. São Chiquinho tornou-se o primeiro Santo vivo da história. Mais conhecido como padroeiro das virgens e das mulheres casadas, ou também, simplesmente como motorista pegador...opa...eu quis dizer, pregador.
Obs: Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a vida real deve ser encarada como mera coincidência.
Já de frente para Clara e olhando no fundo de sua divina alma, digo:
_ Sim professora, será um prazer.
Naquele momento não sabia se seria prazeroso ou não conversar com Clara, mas estava mesmo era admirado de sua postura. Clara aparentava autoritarismo, porém seu sotaque macio lhe arrancava qualquer ar de superioridade. Não conseguia ouvi-la e pensar que aquela mulher poderia fazer mal a alguém.
No caminho até sua sala não conversamos. Da mesma forma que eu demonstrava nervosismo, ela parecia inquieta. Caminhava rápido e quando me olhava, me dirigia apenas aquele olhar diagonal próprio dela. Isso de certa forma me nutria confiança, me dava margem para acreditar que minha ideia sobre a metodologia a amedrontava.
Ao chegarmos ao seu recanto epistemológico, pediu que a aguardasse. Havia uma pequena sala de espera. Um quadro na parede me chamou a atenção. Nele, uma foto de Maradona ao lado de Fidel Castro. Fiquei pensando o que despertava a admiração de Clara por estes personagens emblemáticos da história? Seria o futebol de Diego Armando que a fascinava?Ou seriam as “linhas” que este havia percorrido em sua existência que a fazia-o admirar? Seria Clara uma maníaca sexual viciada em cocaína? Ou seria ela apenas mais uma fanática torcedora argentina que nada entende de futebol? Por Fidel claro, sabia eu que o que a fascinava era sua posição frente aos americanos e sua ideologia marxista. Clara era marxista, mesmo sendo professora de um método positivista. Essa inclusive era a grande contradição em sua vida. Ela era uma marxista, divulgadora do positivismo. Alguns minutos se passaram e Clara me chama.
Entrei e sentei. Já em sua sala observo que Clara carrega em suas paredes não mais seus ídolos, mas sim sua intimidade. Havia fotos de duas belas meninas e um homem. Provavelmente seriam as filhas e o marido de Clara. Levantei para observar as belas moças, enquanto Clara fuçava algo no frigobar. Coincidências a parte, aquelas moças lembravam Clara - aquela que eu idealizara no dia anterior. Eram suas filhas. Só poderiam ser.
_ Suas filhas? - pergunto eu.
_ Si, meus amores - diz ela toda orgulhosa.
_ Tão belas quanto a mãe – retruco.
De costas para Clara e de frente para suas beldades percebo quese aproxima. Deixo-a se aproximar, quando ao pé do ouvido ouço-me dizer:
_ Você achas mesmo Alexsander?
Naquele momento toda minha epistemologia de nada vale, minha confiança se esvai, minha razão é esfacelada. Sua voz, seu sotaque, seus sussurros portenhos tão misteriosos pra mim nunca haviam sido sentidos tão próximos.
Sentindo-me um virgem com 30 anos, sem saber exatamente o que dizer, e mais ansioso que torcedor em dia de final de campeonato, de cara para ela respondo:
_ Claro, lembram muito a mãe.
Neste momento pouco mais de uma régua colegial nos separam. Tento me controlar e quando me preparo para perguntar sobre o homem da foto, ela me indaga:
_ Então Alexsander, quer dizer que não acredita no método?
Segundos tensos e eternos se passam, meu mundo naquele momento transita entre os possíveis gemidos de Clara, suas belas filhas, o possível marido e a pergunta sobre minha crença no método. Precisava responder algo, mas o quê? O que queria afinal ela com tal pergunta? Falava ela do método cartesiano? Do Kama- Sutra? Ou queria ela me mostrar apenas que método havia utilizado para conceber filhas tão esbeltas?
Levantei e comi algo tão leve quanto a minha serena alma matutina. No caminho até a Universidade, era novamente Clara que dominava meus pensamentos: o que ela me reservaria para aquela aula, que lições me daria? Poderia ela me ensinar algo afinal?
Cheguei à Universidade, e como de costume, depois de uma cerveja e um cigarro holandês: entrei, sentei, tirei minha ferramentas usuais da mochila e olhei para Clara. Clara não era bela no contexto geral da sala de aula. Haviam várias mulheres mais atraentes e mais sexy’s naquele recinto. Mas Clara era sim uma bela senhora. Naquele dia trajava uma saia discreta, um pouco abaixo do joelho e vestia uma blusa com um leve decote, demostrando que embora com suas quase seis décadas, ainda era uma mulher vaidosa.
Tentei deixar Clara de lado e prestar atenção na aula. Ela tentava explicar algo o método, obviamente. Porém, era péssima expositora. Você notava em Clara aquilo que ela não tinha. Clara não tinha convicção. Parecia mentir-se a si mesmo. E um professor que mente a si, não pode ser professor. Nesse ponto, ela sem querer me ensinava como um professor não deve ser. Clara era o retrato do ensino brasileiro, embora fosse argentina. Ela não conseguia prender em momento algum a atenção dos alunos, e seu sotaque que para mim servia como estimulante sexual, para eles apenas trazia o sono.
Não haviam sido decorridos dez minutos de explicação metodológica, quando sem pedir licença a indaguei. Clara se assustou. Mal eu havia chegado e já estava a interrompendo. Minha pergunta era uma “arapuca”. Perguntei se era possível misturar os métodos dialético, fenomenológico e positivista. Perguntei se era possível fazer uma “salada russa” argumentativa. Ela sem pensar respondeu:
_ Si si, claro quepode. Era o que eu precisava. Tinha armado a tocaia e ela havia caído. Sem mais nem menos continuei:
_ Pois então professora, se os métodos podem ser mesclados e nada de novo podemos criar sem cair em alguma corrente, logo, mesmo sem saber dos métodos, me enquadrarei em algum deles. Portanto, não preciso saber dos métodos, certo?”
Uma longa pausa de 10 segundos se fez naquele momento. Os alunos me olhavam, olhavam pra Clara, se entreolhavam. Clara olhava pra mim e desviava os alunos. Ela estava perdida. Sua aula havia sido destruída. Ela precisava agir, precisava dizer algo. Era a detentora do saber, ou melhor dizendo, era a detentora do método que acreditava poder-nos fazer chegar ao saber, mas que porém nada havia lhe ensinado sobre a arte de ensinar.
Como num passe de mágica e para surpresa geral, Clara diz: _ Me fez pensar Alexsander, acho que tem lógica o que dizes, vou pensar sobre o que afirmou.
Nosso diálogo parecia ter se encerrado e eu parecia ter vencido. Minha suposta vitória me fazia lembrar o alemão Schopenhauer, que dizia ainda no século XIX, que o diálogo não busca a verdade e sim apenas um vencedor. Eu me sentia vencedor, parecia ter vencido. Clara mudou de assunto, falou dos filhos, netos, maridos, viagens, só não falou mais em pesquisa metodológica.
Encerrada a aula, e quando eu, com aquele ar vitorioso, me preparava para sair e voltar ao meu lar: a surpresa. Já de costas para Clara ouço meu nome soar com odor argentino: “Alexsander”. Meu nome nunca havia tocado meus tímpanos num tom tão carinhoso, tão leve. Aquele sotaque, aquela voz macia de Clara, havia feito do meu nome uma poesia.
_ Sim? Respondi perguntando.
_ Poderia me acompanhar até a minha sala?
O medo e uma inquietação desafiadora, me dominou naquele momento. O que Clara queria comigo em sua sala? No seu ambiente particular, privado? Queria ela me chamar a atenção por tê-la interrompido? Ou me pediria desculpas por ser uma péssima professora? Queria ela saber mais sobre os meus pontos de vista sobre o método? Ou quem sabe...queria ela me mostrar como o método, ao menos no sexo é mesmo universal?
Fui para casa. No caminho ainda era Clara que ocupava o meu pensamento. Embora suas aulas terem sido um fracasso, eu tinha de reconhecer o seu esforço. Tudo bem, Clara não tinha o “dom” do ensino, mas por algum motivo havia optado por ser educadora. Ela deveria ser útil em algo.
Ao chegar em casa, tomei um café, comi um pão com manteiga e deitei. O sono não vinha. Se fosse um dia normal diria que era a insônia, ou ainda culparia o café pela dificuldade de hibernar. Porém sabia que era por Clara que eu não adormecia. Ela não saia da minha cabeça. Pensei que quem sabe um “descarrego”, uma homenagem a Clara me fizesse bem naquele momento. Decidi me masturbar.
Num leve exercício platônico, me elevei até o mundo das ideias, e idealizei Clara com seus 18 anos. Apesar de Clara ter se especializado em metodologia, imaginei ela sem rumo, louca por sexo, drogas e rock n’ roll. Imaginei-a de mini-saia, percorrendo as ruas de Buenos Aires, com aquele ar liberto, cheio de vida. Clara não deve ter ido ao Woodstock, mas com certeza viveu a memorável década de 60 e 70, escutando Beatles, Rolling Stones, Janis Joplin e The Doors. Deve ter feito uso de ácidos, e provavelmente foi o fracasso do “movimento paz e amor” que a havia feito tomar a decisão pela metodologia. Tudo isso, associado às loucuras daquele tempo, que só pude ver em filmes, me levou ao gozo em breves 3 minutos.
Porém, existia algo que ainda me intrigava, e diga-se, me intrigava muito. Eu não tinha a mínima ideia de como eram os gemidos de Clara. Seriam eles dotados daquele sotaque portenho? Ou os gemidos seriam universais? Iguais em qualquer parte do mundo? Era uma tarefa filosófica descobrir isso, e eu estava disposto a desvendar. Não sei que horas dormi aquela noite. Não sonhei com Clara, mas confesso que noutro dia acordei leve.
Clara é uma bela gorda, mas deve ter sido uma bela mulher no passado. Tem olhos verdes, 1,65 cm, panturrilhas fortes e uma cintura agradável. Com certeza Clara já foi chamada de gostosa e alguém neste mundo a fez gemer como nunca. Pensei em transar com Clara, fiquei curioso pelos seus gemidos, mas preferi me masturbar pensando em como Clara deveria ser há 40 anos atrás. Clara deve ter uns 58 anos e isso me impede de desejá-la realmente, mas com 18...bem, com 18 eu provavelmente inventaria ou buscaria um método para conquistá-la.
Ainda apreciava Clara na sua essência, quando ela exclama: “Are baba”. Eu não acreditei. A sala caiu na risada. Clara parecia, além de professora uma ótima comediante. Depois da euforia, Clara volta à aula, faz a leitura de duas frases de uma lâmina exposta, e de repente o som de um celular soa na sala de aula. Os alunos se entreolham. De quem deveria ser aquele celular intrometido e irresponsável interrompendo a leitura de Clara? O celular continua a tocar. A música dele é bela, lembra um tango. Pensei que pudesse ser de um aluno puxa saco da professora argentina, que nada. Passados longos 30 segundos de Carlos Gardel, Clara exclama: "é o meu gente!" Eu não queria acreditar, mas era. O pior, é que o pior ainda estava por vir. Clara antes de atender pergunta: Posso atender? Eu quase retruco: “nãoooo...deixe terminar o tango”. Preferi o silêncio. Clara atendeu, e depois de ter resolvido seus assuntos particulares, voltou à aula.
Antes de minha atenção voltar a aula, refleti por alguns minutos sobre o “are baba”, o celular, o tango, e os gemidos de Clara. Não concluí absolutamente nada. Quando novamente prestei atenção na metodologia de Clara, adivinhem sobre o que Clara falava? Sobre a metodologia claro. Decidi perguntar a Clara se ela valorizava mais a forma ou o conteúdo. Levantei o dedo, ela não deu bola. Aqui no Brasil um dedo levantado quer dizer duas coisas: ou um pedido de atenção ou uma cerveja bem gelada. Como estava numa sala de aula acreditei que meu dedo levantado significasse um pedido de atenção. Eu juro que se na Argentina o dedo indicador numa sala de aula significa uma cerveja...bem, aí eles são mesmo superiores. Como meu dedo indicador não tinha mudado em nada o plano de aula de Clara, resolvi interromper. Foi difícil de falar com Clara. Ela é expert em olhar na diagonal. Aquele olhar em que você olha mas não olha sabem? Para Clara me dar a palavra, tive de levantar, ameacei sair. Ela me olhou e eu antes dela falar algo, perguntei: “antes do intervalo professora, pode me dizer se você acha mais importante a forma ou o conteúdo?” Senti sua garganta secar com a pergunta. Ela tomou um gole de água (acredito que era água) e de mansinho me respondeu: “olha, eu valorizo o conteúdo, mas a maioria valoriza o método”. Era o que eu precisava para sair da aula.
Saí, acendi mais um cigarro holandês e refleti pelo resto da noite em como deveriam ser o gemidos de Clara. Com certeza, muito melhor que suas aulas.